O ensino de genética apresenta-se ainda como um desafio, dada as reconhecidas dificuldades enfrentadas na educação básica. Tal cenário requer abordagens diferenciadas considerando o interesse de uma geração heterogênea conectada às tecnologias digitais de informação e comunicação e aos elementos da cultura midiática, como aqueles ligados à cultura pop, capazes de influenciar as formas de se comunicar e interagir socialmente, inclusive nos espaços de ensino. Este trabalho ilustra o uso de personagens da cultura pop encontrados em filmes, séries e animes na aprendizagem de conceitos relacionados à hereditariedade, envolvendo a produção de heredogramas em uma oficina pedagógica com alunos do 3º ano do Ensino Médio. Foi observada boa recepção da abordagem como instrumento metodológico, sendo eficaz na apresentação, construção e consolidação dos conhecimentos envolvendo transmissão de características genéticas ao longo das gerações e na compreensão de termos específicos inerentes ao estudo da hereditariedade e monohibridismo demonstrando que elementos como séries, filmes e animes podem ser mesclados à prática pedagógica de forma a enriquecer a abordagem de ensino envolvendo a aprendizagem de conteúdos comuns à genética. Os resultados aqui descritos não planejam esgotar a discussão acerca da aplicabilidade do uso da cultura pop como instrumento pedagógico e sim reforçar as possibilidades de discussão desta abordagem, sobretudo, acerca de sua efetividade e suas limitações.