Um em cada 10 brasileiros com mais de 60 anos faz uso abusivo de bebidas alcoólicas. O uso continuo do álcool pode levar a um quadro de dependência, considerado patológico, provocando problemas em sua qualidade de vida, saúde física e mental e repercutir na vida social e familiar. No Brasil, o consumo nocivo de álcool é um dos principais fatores de risco evitável para diversos agravos, em especial doenças crônicas não-transmissíveis. Esse estudo tem o objetivo de discutir as consequências, no âmbito familiar, do uso abusivo de álcool em idosos. Trata-se de uma revisão integrativa de caráter descritivo, com publicações nos últimos 5 anos (2018-2022), disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nos idiomas inglês e português. Os resultados apontam que, nos últimos anos, o aumento do uso abusivo de álcool por idosos tem ocorrido de maneira abundante, as causas são as mais diversas, tais como a viuvez, solidão, perda de amigos, aposentadoria, isolamento, entre outros onde as consequências atingem não somente sua saúde e vida privada, mas tem seus rebatimentos no âmbito familiar, uma vez que, a família influencia tanto no aparecimento da dependência como no tratamento do sujeito, pois ela é a sua rede de apoio mais próxima. As complexas e variáveis relações familiares correspondem a um elemento importante do tratamento da dependência química, diversos estudos associam álcool com aumento dos transtornos mentais e desestrutura familiar. Conclui-se que o álcool traz consequências negativas para a saúde do indivíduo idoso, tais como, déficits no funcionamento cognitivo e intelectual, prejuízos no comportamento global, aumento do número de comorbidades e agravos a outros problemas de saúde comuns à idade.