O presente trabalho teve como objetivo investigar como o uso de microcontroladores pode ajudar no ensino de matemática para pessoas com Paralisia Cerebral (PC). O estudo foi desenvolvido ao longo de dois anos, e baseou-se na construção de um protótipo, construído com uso tecnologias de baixo custo, com vistas a possibilitar o ensino de conceitos matemáticos a alunos com PC. Para tanto, elaborou-se como aporte teórico os aspectos históricos, conceituais e práticos inerentes à plataforma de prototipagem Arduino, articulado ao ensino de matemática, ancorando-se sob uma abordagem sócio histórica de desenvolvimento. O conceito de tecnologia utilizado no presente estudo, encontra-se situado para além do uso de artefatos físicos, pois articula conhecimentos de ferramentas, técnicas e sistemas de organização ou de produção de objetos. O protótipo elaborado, concentra-se na utilização de um microcontrolador Arduino, modelo NANO, uma placa Shields MP3 capaz de reproduzir sinais de áudio através de acionamento específico, uma placa RFID (Radio Frequency Identification), que lê cartões por aproximação e um display que proporciona a interação visual com o usuário. A construção do protótipo delineou-se com base no trabalho colaborativo entre pais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e pesquisadores de outras Instituições de Ensino Superior (IES) e como instrumento de produção de dados, recorreu-se a notas de campo com aplicação de um questionário. A pesquisa de campo foi realizada na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (FUNAD), onde cinco professoras, formadas em pedagogia, utilizaram o protótipo no ensino de matemática de crianças com PC. Nossos achados apontam que o equipamento pode vir a contribuir nos processos de interação e de comunicação de pessoas com PC, na aquisição de conceitos como o de número, quantidade, maior ou menor, os quais poderão ampliar as possibilidades de desenvolvimento e inserção social.