A saúde mental possui relação com uma complexidade de fatores, podendo ser afetada pelo contexto de vida das pessoas, bem como por aspectos socioculturais, econômicos, políticos, de infraestrutura ou ambientais. Portanto, saúde mental não está localizada apenas no cérebro, mas compreende um sujeito que é, ao mesmo tempo, idiossincrático, social e histórico. A prevalência de transtornos mentais comuns é um importante indicador de sofrimento psíquico. No contexto das pessoas idosas, a identificação de transtornos mentais comuns é fundamental na medida em que os sintomas são, frequentemente, confundidos como sendo “coisas da idade”. Assim, este estudo teve por objetivo identificar a prevalência de transtornos mentais comuns enquanto indicador de sofrimento psíquico em pessoas idosas residentes em cidades rurais. Participaram 202 pessoas com idades igual ou superior a 60 anos. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados um Questionário sociodemográfico e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Os dados foram analisados através de estatística descritiva e bivariada. Como resultado, verificou-se a prevalência de TMC em 25,7% dos participantes (52 idosos). A prevalência de TMC foi maior entre as mulheres idosas quanto comparada aos homens (x2=11,241; p=0,000). Em sua maioria, as pessoas idosas afirmaram vivenciar situações de estresse com frequência. A maioria dos idosos com TMC afirmaram que procuraram atendimento médico nos últimos seis meses em razão dos sintomas apresentados. Contudo, estes não receberam qualquer encaminhamento para atendimento psicológico ou psiquiátrico. A identificação precoce de TMC em idosos é necessária tendo em vista a vivência de um envelhecimento bem-sucedido.