Artigo Anais do IX CIEH

ANAIS de Evento

ISSN: 2318-0854

DERMATOLOGIA GERIÁTRICA DE INTERESSE SANITÁRIO: DERMATOSE NEGLIGENCIADA EM POPULAÇÃO NEGRA E IDOSA

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Publicado em 23 de setembro de 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: Doença tropical negligenciada, a hanseníase compromete pele e nervos periféricos. Com alta infectividade, baixa patogenicidade, longo período de incubação e grande potencial incapacitante, pode determinar graves comprometimentos funcionais, principalmente em idosos. OBJETIVO: Descrever a endemia hansênica em população idosa, segundo raça/etnia autorreferida. METODOLOGIA: A pesquisa descritiva foi realizada na Região Sanitária de Jequié, em 26 municípios do sudoeste da Bahia. Dados foram extraídos do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisadas as variáveis sociodemográficas e clínicas, comparadas segundo a raça/cor autodeclarada, tomando-se como referência os dados para registro na ficha de notificação, em dois grupos: (i) Preto (preto ou pardo); (ii) Não-preto (que inclui indígenas, amarelos, brancos ou outros). A variável idade considerou 60 anos ou mais como “idoso”. A análise empregou o programa Stata 12.0, e adoto o nível de significância de 5%. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) sob CAAE 02113112.1.0000.0055. RESULTADOS: Na série histórica de 2014 a 2019 foram diagnosticados 310 casos novos (CN) de hanseníase. Para 36 (11,61%) não havia registro de raça/etnia. Entre 97 CN idosos, para 13 (13,4%) não havia registro de raça/cor. Dentre 84 devidamente identificados quanto à raça/cor, 60 (71,43%) eram pretos e 24 (28,57%) não-pretos. A média de idade para a população idosa com identificação de raça/cor foi 69,46 (±7,03); 49 (58,33%) eram homens; 27 (34,62%) tinham até ensino fundamental; 10 (12,05%) moravam em zona rural; 68 (80,95%) eram multibacilares (MB); 23 (33,33%) apresentavam alguma incapacidade física ao diagnóstico. Porém não houve associação estatística das variáveis acima, em relação à raça/cor. CONCLUSÕES: o predomínio de casos MB e mais de 1/3 com incapacidades confirmam a transmissão ativa, diagnóstico tardio e a manutenção da endemia na região, com gravidade do comprometimento funcional em população idosa, independente de condição raça/cor.

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