O envelhecimento populacional e o predomínio das doenças crônicas degenerativas caracterizam-se como um desafio para os profissionais da saúde e para a sociedade, logo, é indispensável buscar formas de garantir qualidade de vida a este público. Neste sentido, os cuidados paliativos (CPs) configuram-se como uma modalidade de cuidado importante de assistência à saúde que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário brasileiro, visto que, entre 521 mil e 536 mil pessoas necessitam de CPs no Brasil. Estes cuidados tendem a ser indicados apenas na fase final da vida, quando, em um cenário idealizado, esta modalidade deveria ser indicada para todos os pacientes que apresentam alguma doença que ameace a continuidade da vida, independentemente da idade. O objetivo deste trabalho é discutir os desafios da atuação da enfermagem nos CPs a partir da revisão narrativa de literatura. Nota-se que esta prática apresenta desafios de diferentes naturezas, tais como lacunas no processo de formação dos profissionais, escassez de profissionais capacitados para atender esse público, questões relacionadas diretamente à assistência de enfermagem, e ausência de diretrizes e guias específicas para a assistência paliativa, dentre outros. Logo, é notória a necessidade debater sobre o tema, investir em planos de ensino de disciplinas específicas, capacitações e educação permanente para os profissionais que atuam em serviços que oferecem assistência paliativa, bem como a criação de diretrizes e políticas públicas para a inserção da prática nos serviços de saúde.