Como um fenômeno global, o envelhecimento populacional tem se apresentado exponencialmente como temática emergente para estudos e pesquisa nos últimos anos. Durante o período pandêmico, esta população foi marcadamente apontada como um dos grupos mais vulneráveis à contaminação. Há uma parcela da população foi necessário adaptar e (re)inventar atividades cotidianas através de novas possibilidades, entre elas o uso de ferramentas digitais. Diante desse cenário, foram realizadas intervenções com um grupo de homens matriculados em uma Universidade Aberta, com intuito de criar e promover espaços de interação. Este trabalho teve como objetivo analisar associações de sentidos, estimuladas por músicas. Trata-se de um trabalho de abordagem qualitativa de cunho exploratório e descritivo. O cenário da pesquisa foi caracterizado por um ambiente virtual em uma plataforma digital e teve como atores um grupo com 7 (sete) participantes homens com idade igual ou superior a 60 anos, que aceitaram participar ininterruptamente das intervenções propostas. Aconteceram 5 encontros grupais. As intervenções foram gravadas com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) dos participantes, foram explicados os objetivos e metodologia da pesquisa. O corpus da pesquisa foi constituído pelas evocações instigadas pelas músicas em ambiente virtual. A análise dos dados foi efetivada a partir da Análise de Conteúdo do tipo categorial temática. Os encontros grupais eram gravados e transcritos, foram criadas duas categorias temáticas: (1) Marcas deixadas pelo tempo, que teve como duas subcategorias “Lembranças” e “Emoções; (2) Temporalidade, com quatro subcategorias “Tempo na pandemia”, “Inquietude do tempo”, “Dinâmica do tempo” e “Reflexão sobre o tempo vivido”. Os discursos foram fortemente marcados pela temporalidade, tempo anterior e tempo durante a pandemia. As músicas constituíram estímulos satisfatórios a transpor sentimentos e emoções. Desta forma, acreditamos que durante este processo, refletir sobre a temporalidade foi possível pensar no passado, presente e futuro, e esboçarem um tempo subjetivo.