Grandes Sertões: Veredas é um clássico da literatura brasileira que relata o amor de Riobaldo e Diadorim. Esse amor é narrado por Riobaldo em forma de uma conversa quando era um menino até ele idoso. Riobaldo descreve os tempos de protagonista de sua vida, de amor à Diadorim e de amor à jagunçagem. Ele destaca a época em que se governava e que para tudo, bastava coragem. Esse romance se estende por várias vias, tais quais, o amor, a prosa, a literatura, a jagunçagem e outros possíveis temas. Contudo, esse trabalho tem como propósito analisar a narrativa de vida de Riobaldo como longas reminiscências escritas, já que a história é contada por ele conversando com Compadre meu Quelemém e narrando o seu percurso de vida. É com base nisso que se pretende questionar a importância da reminiscência para o saber fazer com a velhice, por meio de um envelhecimento sereno, quando há o investimento na vida por meio do retorno ao passado. A psicanálise nos ensina que por meio da repetição e da fala há uma tessitura de um saber e um fazer diante do impossível. Em um período de iminência do fim, o resgate da narrativa do sujeito aparece como tentativa de dar um contorno ao que se passou. Investe-se na elaboração da vida através da memória resgatada em que, muitas vezes, a história parece se repetir, mas nunca será contada de maneira igual. Desse modo, partindo de uma articulação entre Literatura e psicanálise, tomamos como questão o que essa obra nos ensina sobre a velhice.