Com base na perspectiva psicanalítica, entende-se as fases do desenvolvimento como sendo da ordem do encontro com o real, sendo esse percurso traçado de acordo com as possibilidades e invenções de cada sujeito. Assim, não há como definir um conceito limitado que generalize a velhice, visto que, o que se tem, verdadeiramente, são velhices, na pluralidade, já que são constituídas no um-a-um. Desse modo, entende-se a velhice a partir de um traço singular em que cada sujeito expressa sua relação com a finitude. O propósito deste trabalho é demonstrar, diante das trocas de experiências entre os alunos, professora e monitoras, os efeitos subjetivos da disciplina de Genealogia e Constituição da Subjetividade III: Idoso, da Universidade Federal de Campina Grande, a partir do programa de monitoria acadêmica no período de 2020.1 à 2021.1. Essa disciplina estabelece uma interface relevante com atividades culturais do dia-a-dia, como, a literatura, a música e o cinema, e, assim, o rigor metodológico assume uma nova roupagem. As reflexões sobre o tempo, o corpo e os discursos chegam em forma de instante e de presente. Além disso, o momento de monitoria se deu em meio ao período da pandemia, em que as discussões sobre tempo, a vida e morte se tornaram mais intensas e mais enigmáticas. A participação dos alunos ocorreu pelos atravessamentos de vida que eram trazidos pelos estudantes. Ao final da disciplina, foi feito um sarau poético quando eles ficam à vontade para trazer trechos de livros, músicas, filmes e artigos; os resultados são produções elaboradas e, mais que uma atividade obrigatória, mostram-se como uma tentativa de expressar sobre o tempo em que se vive. Essa disciplina, além do conteúdo teórico, permite que o aluno se aproprie dos diferentes discursos sobre o envelhecimento e construa um saber sobre aquilo que jamais envelhece, o desejo.