PROPONHO A ANÁLISE DO CONTO “UMA EXPERIÊNCIA PRIVADA” (2017), DE CHIMAMANDA NGOZI ADICHIE, À LUZ DOS PRINCÍPIOS DEFENDIDOS PELA AUTORA NA PALESTRA “O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA” (2009), DE MODO A EXAMINAR CRITICAMENTE A INTERAÇÃO ENTRE DUAS PERSONAGENS FEMININAS DE GRUPOS ÉTNICOS DIFERENTES. O OBJETIVO CENTRAL É INVESTIGAR COMO SE SUCEDE O ENCONTRO ENTRE MULHERES NIGERIANAS PERTENCENTES A REALIDADES DIFERENTES, EM UM CONTEXTO DE CONFLITOS ÉTNICOS COM MATIZES RELIGIOSOS, E COMO O OLHAR DO OUTRO SOFRE O IMPACTO DO DISCURSO ÚNICO VEICULADO POR COMUNIDADES OPOSTAS. VOLTO MINHA ATENÇÃO PARA OS ESTUDOS CULTURAIS PÓS-COLONIAIS, QUE AGEM COMO PONTO DE PARTIDA DA PESQUISA E FOCAM NA ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERCULTURAIS, ALÉM DAS RELAÇÕES DE PODER E DOMINAÇÃO DESENVOLVIDAS A PARTIR DO CONTATO ENTRE GRUPOS DE DIFERENTES ORIGENS E PRÁTICAS. AS HISTÓRIAS ADICHIEANAS SE INSEREM EM UM CONTEXTO DE RUPTURA DE PARADIGMAS HISTORICAMENTE CONSOLIDADOS E CONTAM COM REPRESENTAÇÕES DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS, COMPLEMENTANDO ESTUDOS ANTROPOLÓGICOS QUE SE PROPÕEM A ANALISAR COMO SE DÃO AS RELAÇÕES DA MULHER NEGRA COM A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA. LOGO, CONCEITOS COMO OS DE HALL (2005), BHABHA (2013) E FANON (2008) SÃO BASILARES, ASSIM COMO OS DE DAVIS (2016) E LUGONES (2014). CONCLUO QUE O CONJUNTO DA OBRA ADICHIEANA CONTRIBUI PARA A PERTINÊNCIA DA LITERATURA COMO MOTIVAÇÃO PARA QUESTIONAMENTOS E VEÍCULOS DE MILITÂNCIAS POLÍTICA, SOCIAL, SEXUAL E CULTURAL.