POR MUITO TEMPO O OFÍCIO DA PROSTITUIÇÃO FOI MODERADO POR UM IDEAL ESTEREÓTIPO FEMININO QUE VALIDAVA AS PROFISSIONAIS DO SEXO À SUBORDINAÇÃO DOS CAPRICHOS DOMINANTES PATRIARCAIS. CAPRICHOS ESTES QUE, NUMA RELAÇÃO DE PODER, ALÉM DE CONTROLAREM OS COSTUMES E A MORAL DESSAS MULHERES, TAMBÉM REGULAVAM SEUS ACESSOS AOS TERRITÓRIOS TOTAIS DAS CIDADES, DELIMITANDO-AS APENAS AOS ESPAÇOS DE SOCIABILIDADES PROSTITUCIONAIS. NÃO DIFERENTEMENTE, TANTO A LIBERDADE SEXUAL QUANTO A REPRESSÃO AOS DIREITOS DAS MINORIAS SOCIAIS QUE EXPRESSAM SUAS SEXUALIDADES NÃO-CONVENCIONAIS, ALÉM DE CONTRIBUÍREM PARA QUE AS DEMAIS CATEGORIAS DE GÊNEROS FAÇAM USO DA PROSTITUIÇÃO COMO ÚNICA (E POSSÍVEL) PROFISSÃO, SUSTENTO E SOBREVIVÊNCIA, TAMBÉM ORDENAM AS CONEXÕES DE SEUS ATORES SOCIAIS COM AS CIDADES. ASSIM, PELA DIVERSIDADE DOS GÊNEROS OPERANTES, O DOMÍNIO DA FEMINILIDADE E DO PATRIARCADO NA PROSTITUIÇÃO FORAM ENFRAQUECENDO ENQUANTO O CONTROLE DA MORAL E DOS COSTUMES SE REPAGINAVAM EM NOVAS FORMAS DE OPRESSÕES SOCIAIS E TERRITORIAIS, COMO O PRECONCEITO E A SEGREGAÇÃO. AS CIDADES, ALÉM DOS BECOS, CALÇADAS, ESQUINAS E BORDÉIS DURANTE DETERMINADOS HORÁRIOS NOTURNOS, AINDA NÃO LHES SÃO DE DIREITOS. MESMO QUE DELAS ÀS USUFRUEM, NELAS NÃO HÁ PERTENCIMENTO. DIANTE DESTAS MARGINALIZAÇÃO SOCIOESPACIAL IMPOSTA POR BARREIRAS INVISÍVEIS REGIDAS PELA MORAL HETERONORMATIVA DOMINANTE QUE CATEGORIZA UMA PARCELA FRAGMENTADA DAS CIDADES ÀS AÇÕES CITADINAS DESSES ATORES SOCIAIS, ESTE TRABALHO AVERIGUA, PRINCIPALMENTE, POR MEIO DOS DADOS EMITIDOS POR ORGANIZAÇÕES DE APOIO E COLETIVOS QUE VISIBILIZAM AS CAUSAS DESTAS CATEGORIAS, AS QUESTÕES DE IDENTIDADE, TERRITORIALIDADE E DIREITO À CIDADE DE QUEM, À SUA MANEIRA, COMPÕE A IMAGEM DA PROSTITUIÇÃO NAS CIDADES.