O TERMO NORDESTE, QUE A PRINCÍPIO FOI UTILIZADO APENAS PARA DENOMINAR UMA REGIÃO GEOGRÁFICA, PASSOU A ADQUIRIR CERTO CONTEÚDO POLÍTICO E CULTURAL, A PARTIR DO MOMENTO EM QUE OS AVANÇOS DA MODERNIZAÇÃO, NO INÍCIO DO SÉCULO XX, AMEAÇAVAM O PODER DAS OLIGARQUIAS. ESSA ELITE REACIONÁRIA ATRIBUIU AO TERMO UMA SÉRIE DE CARACTERÍSTICAS E ESTEREÓTIPOS QUE MARCARAM O IMAGINÁRIO NACIONAL E CRIARAM UMA IDEIA EQUIVOCADA DESSE ESPAÇO E DAS PESSOAS QUE O OCUPAM. ESSE TRABALHO VISA ANALISAR A OBRA REDEMOINHO EM DIA QUENTE, DA ESCRITORA CEARENSE JARID ARRAES, A PARTIR DE UM OLHAR SOBRE A ENUNCIAÇÃO E SOBRE A NARRAÇÃO DE MULHERES NORDESTINAS, DE MODO A ENTENDER COMO ESSES CONCEITOS QUE INVENTARAM O NORDESTE SÃO COLOCADOS EM CRISE NA ESCRITA DA AUTORA. RECORRENDO A TERMOS COMUNS À TEORIA E A CRÍTICA LITERÁRIA BRASILEIRA, COMO "REALISMO" DISCUTIREMOS DE QUAIS MODOS A OBRA DE JARID ESCAPA ÀS DEFINIÇÕES QUE CONSTANTEMENTE CLASSIFICAM TEXTOS ESCRITOS POR AUTORES NORDESTINOS COMO "REGIONALISTAS". COM ISSO, SERÁ POSSÍVEL OBSERVAR COMO A OBRA DE JARID IMPÕE UM EXERCÍCIO DE REFORMULAÇÃO DO PENSAMENTO CRÍTICO LITERÁRIO, AO APRESENTAR UM RETRATO VEROSSÍMIL DO NORDESTE E DA MULHER NORDESTINA.