SILVA, Luciana Bessa. Reflexões sobre o uso do paradidático no ensino superior. Anais I CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/7902>. Acesso em: 28/12/2024 20:05
A leitura não deve ser encarada somente como um ato obrigatório pelo simples fato de que ler é importante para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. É preciso vê o ato de ler, também, como um momento de prazer, de entretenimento, descontração e descoberta. No Ensino Médio, o aluno decora algumas regras gramaticais, é cobrado para ampliar seu vocabulário e escrever corretamente. No entanto, tudo isso poderia ser aprendido de forma natural através da leitura regular de livros. Ou seja, é possível trabalhar gramática, vocabulário e escrita de forma contextualizada. Salientamos que alguns livros são mais interessantes que outros, quer pela linguagem empregada, pelo próprio conteúdo, pela profundidade das personagens, pela mensagem implícita. Não existe uma lista com a tabuleta: ‘esse é recondável para os alunos, aquele não’. A escolha desses livros é um desafio não só do professor, mas da própria instituição de ensino. O certo é que quando o livro agrada o educando, a leitura ocorre de maneira intensa e agradável. Isto é, a leitura paradidática, quando trabalhada para despertar o prazer pelo texto, pode influenciar sua vida afetiva e estética. Quando se baseia no desejo pela nota para passar de ano, ela se torna “chata e desagradável” e, em nada contribui, para despertar no aluno o hábito de se tornar um leitor. . Diante dessas reflexões, decidimos refletir sobre o uso de livros “paradidáticos” como estratégia para o ensino-aprendizagem no contexto do Ensino Superior. Trata-se de um estudo bibliográfico e exploratório, seguido de um relato de experiência com o livro “A Culpa é das Estrelas”, de John Green, no Curso de Fisioterapia em uma faculdade particular em Juazeiro do Norte-Ce. Conclui-se que a leitura de livros, cuja linguagem é acessível, um enredo envolvente, personagens carismáticos, trabalhado pelo professor sob uma perspectiva não da nota, mas da liberdade de criação gera no aluno uma predisposição natural ao hábito de ler. Em outras palavras, o livro é o incentivador do próprio livro e, claro, de outros do mesmo autor ou não.