Esse trabalho busca refletir sobre o ensino de Geografia para alunos deficientes visuais, tratando das experiências obtidas no Estágio Curricular Supervisionado II do curso de Geografia/Licenciatura da Universidade Federal do Ceará, no Instituto Hélio Góes que educa alunos dessa modalidade de ensino. Em se tratar de alunos com necessidades especiais, cegos ou de visão subnormal, é importante que o professor utilize em suas aulas recursos didáticos e metodologias diferenciadas para esse tipo de modalidade. Através do contato com as aulas Geografia do nono ano do Ensino Fundamental II percebemos a necessidade de programar novos métodos e abordagens no ensino da disciplina, tendo em vista a falta do uso de recursos didáticos adequados para alunos deficientes visuais. Com o objetivo de dar caráter mais dinâmico às aulas, tornando a disciplina mais interessante e atrativa para os deficientes visuais, planejamos uma intervenção com os alunos visando utilizar recursos áudio-táteis na aula de Geografia. Através do som e do tato propomos que os alunos Brailles, visão subnormal e visão normal distinguissem três diferentes paisagens geográficas. Os alunos de visão subnormal e normal seriam vendados e cada paisagem seria representada por um par de objetos e um som ambiente referente a ela. Enquanto o som estava sendo executado, os objetos passavam de mão em mão sendo tateados. Um intervalo era dado entre uma paisagem e outra, as vendas eram tiradas para que os alunos anotassem a classificação e descrição de cada uma. No final da dinâmica solicitamos que os alunos lessem o que haviam escrito. Os resultados foram de bom a ótimo, todos descreveram e classificaram as paisagens de forma correta. Algumas descrições mais detalhadas e outras mais simplistas e objetivas. Podemos concluir que o uso de recursos áudio-táteis são essenciais para a inclusão do ensino de deficientes visuais, estimulando o sentido de pertencimento desses alunos como seres geográficos. A audição e o tato foram inseridos como ferramentas chaves para a execução da intervenção na escola, gerando resultados positivos, nos levando a crer que os materiais didáticos para o ensino de deficientes visuais devem estar diretamente ligados, principalmente, a esses dois sentidos.