Nas últimas décadas a música vem despertando cada vez mais o interesse de pesquisadores como um instrumento de grande relevância para compreendermos a história e a realidade que nos cerca. Assim sendo, entendemos a música como um contíguo de questões sociais, políticas, econômicas, culturais e de subjetividade humanas. Tratamos esta arte como artefato cultural potente na (re) produção de saberes e verdades que nos interpelam e nos constituem enquanto sujeitos de um determinado tempo social e cultural. Assim sendo, o presente estudo é um recorte de uma pesquisa mais ampla que tem como escopo propor um diálogo entre Música Pampeana, Cultura, Sociedade, Natureza e Educação Ambiental (EA) com objetivo de problematizar como vimos constituindo, por meio da música, a natureza na região do Pampa gaúcho. Aqui nos interessa investigar de que forma as enunciações de paisagens naturais, homem e a relação dos sujeitos com este espaço natural contribuem para a fabricação de um discurso de natureza nesta região. Salientamos que o cenário natural do Pampa são enunciações recorrentes na música gaúcha e, desta forma, vêm fortemente fabricando sujeitos, bem como modos de ser e viver nestas terras. Sendo assim, para responder a esta investigação, tomaremos como corpus discursivo algumas obras artísticas que estavam e estão intimamente atrelados a cultura do Rio Grande do Sul. Apoiada em autores como Michel Foucault, Leandro Belinaso Guimarães a pesquisa demonstra a importância da cultura na produção de saberes e verdades que nos interpelam e nos constituem, entendendo que por meio desta somos ensinados a perceber um mundo e se expressar nele.