A educação contemporânea de viés hegemonicamente “bancário” (FREIRE, 2002), inspirada na reprodução de conhecimentos, valorizando conteúdos e avaliações baseadas em notas, sem a preocupação com os conhecimentos prévios dos alunos, considera apenas a memorização da matéria transmitida pelos professores. Desta forma, percebe-se a necessidade de transformação nos processos de ensino-aprendizagem, e nesse sentido, a perspectiva problematizadora desponta como uma possibilidade diferenciada por propiciar, dentre outras vantagens, que o aluno vivencie o conhecimento, tornando-o capaz de atuar conscientemente na sua realidade. A partir desta reflexão, pensamos o desenvolvimento deste estudo, objetivando, de forma geral, analisar a percepção de licenciandos em Ciências Biológicas – CCBS – Campus I/UEPB acerca da perspectiva problematizadora em educação, enfatizando suas implicações nos processos de ensino-aprendizagem em Biologia. Trata-se de uma abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, coletando os dados através de entrevistas não estruturadas, gravadas em áudio; os dados foram analisados a partir da “análise de conteúdo” (BARDIN, 2011). Constatamos das análises que os entrevistados apresentam conhecimentos superficiais acerca da temática, segundo eles em decorrência da insuficiência desta abordagem nos componentes curriculares da formação. No entanto, identificamos que os mesmos reconhecem a importância desta perspectiva problematizadora no contexto da educação biológica. Em síntese geral, observa-se uma lacuna na formação destes futuros profissionais no que se refere a temática abordada nesse estudo, o que remete a ineficiência do currículo da formação acadêmica; fato preocupante, dada a importância da perspectiva problematizadora de ensino-aprendizagem como caminho alternativo ao “reprodutivismo tradicional” na formação docente, com desdobramentos na atuação profissional, concorrendo para o desenvolvimento de cidadãos críticos e reflexivos na atuação social.