O presente artigo tem por objetivo empreender reflexões sobre o lugar da educação, no processo de conscientização, participação social e agente emancipação no contexto do assentamento rural. Nossa proposta é mostrar que a educação como meio, não apenas, de aquisição de conhecimento, mas de formação política do sujeito social, permite no assentamento o desenvolvimento da atuação social dos assentados, frente as questões cotidianas vivenciadas nas experiências do campo. Buscamos pensar uma educação que vise suscitar no assentado o sentimento de pertencimento de trabalhador rural de construção de sua identidade social e de sujeito de direito, pois cremos que o reconhecimento identitário é de suma importância para se saber onde se está inserido socialmente, pois, a partir deste reconhecimento os assentados podem reivindicar seus direitos e espaços perante a sociedade e o estado. Partindo destes pressupostos, abordaremos a educação como prática e ação social fundamental na logística dos movimentos dos trabalhadores rurais, haja vista que a educação propicia elevação do capital cultural que estará ligado a organização para a vida e para a luta de acesso à terra. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde partimos dos estudos desenvolvidos por Mochocovith (1992); Caldart (2001) e Ferreira & Brandão (2011), no sentido de refletir acerca do meio rural no que tange a educação e sua funcionalidade no assentamento. As reflexões que elaboramos neste trabalho prima pela formação de uma educação que possa ser pensada a partir das experiências dos trabalhadores e da realidade social do campo na perspectiva de melhorar sua realidade cotidiana e social, e na luta do acesso à terra. A educação do campo faz parte dos movimentos sociais do campo, pois assume uma importância fundamental no contexto dos movimentos sociais e nas ações empreendidas por estes, isto é, proporciona um contraponto ao tipo de educação dado pelo sistema capitalista da qual fazemos parte. Compreendemos que no âmbito do assentamento a educação é de suma importância, pois proporciona uma visão crítica da relação ser humano-mundo e as questões sociais.