O ato de ensinar sempre foi um desafio, principalmente quando leva-se em consideração a heterogeneidade dos aprendizes em torno do processo de ensino-aprendizagem. Hoje, com a ampla inserção das tecnologias no ambiente escolar, recursos como o quadro negro e o giz que até pouco tempo eram “sagrados” na sala de aula, passam a ficar em segundo plano, quando não são totalmente substituídos pelos recursos digitais. Tal realidade conduz professores a reverem suas metodologias e criarem novas situações de ensino e aprendizagem. No âmbito do ensino de geografia, sente-se a necessidade da criação de novas propostas metodológicas que ultrapassem a mera verbalização de conteúdos. Nesse sentido, a Oficina Geográfica III do curso de Geografia da Universidade Federal do Ceará constitui-se como uma disciplina que abre espaço para a leitura, discussão e produção de novos metodologias e recursos didáticos que possibilitem a dinamização e inovação do ensino de geografia. Com esse propósito foi criado o jogo “Geografia: imagens e conceitos”, sendo este constituído de cartas onde em cada verso encontra-se uma imagem com seu respectivo conceito e no anverso um layout padronizado. O recurso proporciona o desenvolvimento de inúmeras habilidades como capacidade de observação, análise, interpretação, agilidade, poder de generalização e síntese, além de trabalhar atitudes de sociabilidade, coletividade, cooperação e resolução de situações-problemas mediante o confronto de ideias geradas na construção de conceitos predefinidos pelo jogo. A proposta metodológica do jogo tem como objetivo a construção de conceitos geográficos a partir de situações de ensino e aprendizagem coletivas capazes de estruturar o conhecimento para uma leitura crítica do espaço mediante a mobilização de instrumentos cognitivos como a observação, análise e interpretação de imagens. Os procedimentos metodológicos utilizados para a aplicação do jogo iniciaram-se a partir do planejamento, o mesmo girou em torno da simulação de uma aula de revisão para uma turma do 6º ano em que utilizou-se livros didáticos para esse nível de ensino e autores que fundamentam o uso deste recurso em sala de aula. Após essa etapa, iniciou-se a atividade com o jogo, relacionada diretamente com os conceitos trabalhados no conteúdo revisado. Para a sua aplicabilidade, foram delineados alguns procedimentos: apresentação das finalidades e regras do jogo; divisão da turma em equipes; exposição da carta escolhida; tempo para construção dos conceitos; leituras, análise e escolha do melhor conceito estruturado para atribuição da pontuação. Os resultados giraram em torno da construção, discussão e reflexão dos conceitos, sendo estes, mediados pelo professor, com intuito de aprimorar a capacidade de generalização e sistematização dos conhecimentos observados, analisados e interpretados. Por meio do feedback, os alunos fizeram suas considerações a respeito da eficácia do jogo para a construção dos conhecimentos, ressaltando a importância da ludicidade e do trabalho coletivo. Pôde-se concluir que o jogo contribuiu para a dinamização da aula e fixação do conteúdo levando ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, atingindo assim os objetivos propostos. Após todo processo de pesquisa, produção, experimento e reflexões a cerca desse recurso didático, têm-se a proposta de aplicá-lo na rede de ensino da educação básica.