Resumo: Conceber a leitura enquanto prática plurissignificativa implica considerá-la como um processo de interação entre autor/texto/leitor. Comungando com a visão dialógica da linguagem do Círculo de Bakhtin, ao pensarmos no ensino da leitura por meio da mídia, como a do jornalismo político, cogitamos retratar sobre as dimensões sociais, históricas, culturais e ideológicas que permeiam o ato de ler. Neste sentido, esta ação engloba bem mais do que simplesmente a materialidade linguística do texto, uma vez que as condições de produção dos enunciados e o lugar de onde se enuncia corroboram para efeitos de sentido do sujeito leitor. Sob essa ótica, com o presente artigo, oriundo das reflexões iniciais do Projeto de Extensão intitulado "Lendo blogs políticos nas aulas de Língua Portuguesa do ensino médio" (PROBEX/UFCG/2014), objetivamos refletir sobre a relevância do trabalho com a leitura da mídia, em contexto de ensino-aprendizagem, para formação de sujeitos críticos e reflexivos. Para tanto, nos apoiaremos nas contribuições de estudiosos como Almeida (2013), Xavier e Nascimento (2011), Sobral (2009) e Fiorin (2008). Visamos colaborar para uma nova concepção de ensino de Língua Portuguesa. Concepção essa que compreende o professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem e o aluno como sujeito ativo na construção de sentido. Assim, professor e aluno não devem conceber a língua como pronta, mas os mesmos devem se considerar como produtores da linguagem num constante processo de aprendizagem. Entender a leitura da mídia, especialmente a política, num âmbito de ensino propicia a interdisciplinaridade da relação dialógica entre Educação e Comunicação, fazendo com que, tais práticas pedagógicas atentem para a promoção da didatização do saber da leitura crítica dentro do espaço escolar