Este trabalho é um desdobramento da minha atuação enquanto bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência do curso de Pedagogia da UERJ (PIBID/UERJ) no Subprojeto de Estudos da Infância, sendo realizado em uma Creche Municipal do Rio de Janeiro. A partir de noções recentes acerca da infância que nos levam a constatar que as crianças pensam, escutam e compreendem o que acontece com elas e ao seu redor, a atuação na Creche Municipal se propõe a descobrir alguns saberes infantis e, ao mesmo tempo, analisar a prática docente na Instituição de Educação Infantil. Essa concepção de infância surge a partir dos anos 1980 e contradiz uma visão de criança como ser passivo e incapaz. No entanto, as práticas pedagógicas presentes na educação infantil, ainda hoje, estão muito relacionadas a esta ideia de infância. A partir de análise da prática docente e dos discursos presentes na Contemporaneidade, é possível perceber o quão comum é a compreensão acerca das crianças como quem ainda não é, como um devir, que não sabe, não faz, não conhece. Numa perspectiva de criança como um indivíduo pensado para o tempo futuro, as crianças são silenciadas, negligenciadas e invisibilizadas. Faz-se necessário, no entanto, pensar o enigma da infância no tempo/espaço presente, e, assim, conceber suas peculiaridades e a necessidade em serem respeitadas. Tendo como fundamento os conceitos de estudiosos da Sociologia da Infância e as experiências possibilitadas pelo trabalho de campo, este trabalho tem por objetivo problematizar o que tem sido ser criança na contemporaneidade, a invisibilidade vivenciada pela mesma e as influências da prática docente - e da pedagogia adotada na Educação Infantil – na atualidade. Mais do que serão, as crianças já são, e reconhecer-se como não detentor de saber absoluto sobre o que é a criança efetivamente, é crucial ao pensar acerca destes indivíduos, afinal trata-se de realidades, visões de mundo e universos distintos: A alteridade da infância não é regida pelos saber(es) e poder(es) adultos.