O presente texto aborda o planejamento pedagógico e participativo como estratégia adequada para promover a inclusão social de crianças negras na escola e auxiliar de forma significativa o processo de afirmação da identidade racial. O preconceito e a discriminação são questões ainda vivenciadas no cotidiano social e educacional das crianças negras, sendo papel da escola a responsabilidade de articular as concepções de inclusão social com as práticas educativas com o intuito de estimular a socialização, respeitando a interação das diferentes etnias e culturas. Nessa perspectiva, a presente pesquisa objetiva destacar o papel fundamental do planejamento pedagógico e participativo nas ações necessárias para o desenvolvimento de práticas de inclusão social no ensino fundamental, além de discutir as relações sociais estabelecidas no contexto escolar considerando os aspectos étnico-raciais e promovendo a inclusão social de crianças negras a partir da valorização e do respeito às diferenças. Como questão de investigação, procuramos responder: Como o planejamento pedagógico poderá ser realizado de forma participativa em busca da valorização e do respeito à diversidade, garantindo assim a inclusão social das crianças negras na escola? Fundamentalmente, insere-se nas contribuições teóricas de SILVIA (2012), FREIRE (1979) e VEIGA (2008) que estimulam a formação de profissionais da educação na ótica da diversidade, bem como a intervenção na construção de diferentes identidades incluindo valores, conhecimento e respeito. Metodologicamente se caracteriza como uma pesquisa empírica qualitativa que utilizou como instrumentos para coleta de dados a aplicação de técnicas lúdicas e a observação participante junto às crianças, além da entrevista semi-estruturada com a professora. A pesquisa foi desenvolvida na Escola Estadual Brás de Baracuhí na turma do 2° ano do ensino fundamental. Participaram da pesquisa 18 crianças entre 7 e 9 anos, sendo 5 negras. As análises partiram do diálogo entre os dados coletados e a fundamentação teórica selecionada. Os resultados da pesquisa apontam que algumas crianças já sofreram discriminações e preconceitos na escola e em outros ambientes sociais. Foi observado durante a pesquisa que as crianças não apresentam preconceito ou discriminação com os coleguinhas negros/as, pelo contrário, demonstram companheirismo e amizade independente dos tons da pele. A professora relatou que a escola procura realizar o planejamento educacional de forma participativa valorizando as diferenças, atuando de forma precisa e significativa nas práticas de inclusão social, respeitando às diferentes culturas. Portanto, promover a igualdade social é compreender que as diversidades necessitam de estratégias e ações veiculadas no processo da socialização entre crianças negras e brancas, buscando atender igualmente a todos em suas diferentes culturas e trazendo para a vida social do individuo o respeito e a valorização. Planejar e discutir sobre as diferenças na escola é fundamental na construção da identidade do individuo e o educador representa uma das partes mais essenciais para a efetivação da inclusão social.