Fundado pelo Tenente Alfredo Dantas e por sua enteada a normalista Ester Azevedo em 1919, o Instituto Pedagógico Campinense (IPC) é tomado por alguns historiadores como sendo sinal da modernidade pedagógica que despontava no Brasil e chegava à Campina Grande. Em 1928 o mesmo Instituto cria um curso normal, e em 1931, um ano antes da formatura de primeira turma de normalista, lança mão de discursos que divulgando o instituto como uma instituição que trouxe benefícios para a cidade. Esses discursos buscam está na ordem do dia, dialogando com autores contemporâneos, à época início do século XX. Sendo assim o objetivo do seguinte trabalho é refletir sobre as relações de gênero na Escola Normal “João Pessoa” anexa ao IPC. Para tanto analisaremos como é que instituições educativas, como a escola, são dispositivos disciplinares que normatizam os corpos e estabelecem diferenças de gênero. Para discutir gênero partimos de Scott (1995), o autores como Silva (2011) e Cavalcante (2000) auxiliarão a pensar sobre a modernidade pedagógica em Campina grande e o lugar da mulher no início do século XX. Como fontes, utilizaremos de periódicos como a revista Evolução e o jornal Comércio de Campina, produzidos pelo IPC na década de 1930, os textos e notícias por eles vinculados constam de fatos ocorridos no IPC. Ao problematizar os discursos que justificam a criação da Escola Normal em Campina Grande no ano de 1928, e os sobre o cotidiano das alunas da mesma escola, analisamos como esses mesmos demonstram uma interdição sobre o corpo feminino.