No mundo atual, as sociedades experimentam um momento de profundas transformações sociais, que têm como foco principal os aspectos sociais, políticos e ideológicos e estão alicerçadas nas concepções teórico-empíricas sobre a sociedade e suas relações. Ao mesmo tempo, vivencia-se uma crise de identidade, fruto das formas de globalização hegemônicas, que impõem uma cultura dominante em detrimento das demais culturas, economicamente mais fracas. Nesse contexto, é interessante discutir o papel dos movimentos sociais e sua relação com a educação, no processo de afirmação da identidade, tanto individual como grupal. Essa discussão é perpassada pelos Direitos Humanos, na medida em que a efetivação desses direitos constitui finalidade dos movimentos sociais. Assim, apoiando-se em Candau (2008), Bauman (2005), Hall (2001), Gohn (2008) e Paulo Freire (1987), objetiva-se discutir, à luz do referencial teórico, a educação na perspectiva intercultural, com vistas à efetivação dos Direitos Humanos; compreender a relação entre educação e movimentos sociais; e refletir sobre o processo de construção da identidade, articulando igualdade de direitos e diferenças socioculturais. Mediante a pesquisa bibliográfica, pode-se inferir que há uma intrínseca relação entre educação e movimentos sociais, como forma de assegurar a efetivação dos direitos humanos, bem como para a construção da identidade. Mais do que isso, os movimentos sociais têm um caráter educativo e formador, na medida em que na luta pela garantia de melhores condições de vida e de dignidade humana, constroem valores, princípios morais e éticos, como também possibilitam a afirmação das identidades individual e grupal, como ponto de partida para a quebra da ordem hegemônica e opressora. Nessa perspectiva, há que se pensar numa educação libertadora, que leve em consideração a formação autônoma do sujeito, uma educação que nasça dele como princípio emancipatório, não como algo imposto de fora pra dentro, de cima para baixo. Faz-se necessário, portanto, promover uma educação intercultural que dialogue com todos os contextos socioculturais, sem que um se sobreponha a outro.