DO ORAL AO ESCRITO: CAMINHOS PARA A (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO POVO POTIGUARA, NO ESTADO DO CEARÁAntonia Santana Camelo Limae-mail: profasantana@yahoo.com.brUniversidade Estadual da paraíba - (PPGFP/UEPB)Hertha Cristina Carneiro Pessoa (PPGFP/UEPB)E-mail: herthacris@hotmail.comUniversidade Estadual da paraíba - (PPGFP/UEPB)Patrícia Cristina de Aragão AraújoE-mail: patriciacaa@yahoo.comUniversidade Estadual da paraíba - (PPGFP/UEPB)INTRODUÇÃOA educação escolar Indígena, no Brasil, antes da Constituição de 1988, tinha como objetivo desenvolver um processo de dominação, exclusão e invisibilidade cultural e étnica. O resultado disso foi uma significativa perda, ao longo de séculos, da identidade de povos indígenas no Brasil, visto que esse processo excludente enfraqueceu a possibilidade de formas de registros de sua cultura diferenciada. Somente a partir de 1988, depois de terem seus direitos garantidos por uma educação escolar indígena diferenciada, bilingue e comunitária, esta realidade tem ganhado novos contornos. Desse forma, começou-se a desenvolver projetos de formação de professores indígenas, para que, a partir de um processo de formação pedagógica, em que a prática educativa é ressignificada pelos estudos teóricos e pela reflexão sobre a ação, buscou-se construir um projeto de resgate da identidade dos povos indígenas no Brasil. É com base nesse modelo de ação que este projeto foi desenvolvido com os professores da etnia Potiguara, no Estado do Ceará. Utilizando o recurso de narrativas orais sobre a história do povo Potiguara, esses professores iniciaram um processo de passar do oral para o escrito uma história identitária que vinha se perdendo ao longo de séculos. OBJETIVOSEste trabalho se propõe desenvolver práticas de narrativas na linguagem oral com interface com a linguagem escrita, como forma de resgatar e registrar a história do povo Potiguara, no Estado do Ceará. METODOLOGIAPara articular estas discussões à prática docente, propomos como metodologia rodas de contação de histórias, para que cada membro do grupo tivesse espaço para narrar a história de seu povo, narrativas estas que vinham sendo contadas pelos mais velhos da aldeia e estavam em risco de extinção. Após a contação das narrativas, os grupos foram organizados em equipes de redatores, cujo papel era passar as narrativas ouvidas para a modalidade escrita, Nessa etapa, os membros de cada equipe tinham como tarefa desenvolver uma produção que respeitasse as características de textos narrativos escritos, visto que esse material seria organizado para serem apresentados no portador de texto: livro.RESULTADOAté o momento, o projeto tem como resultado as produções escritas das equipes, estando esse material na fase de avaliação da produção escrita, nos seus aspectos conteudísticos e formais, para uma posterior reelaboração. Após acontecer a reorganização do texto, os livros serão produzidos pelas equipes, numa editoração final. CONCLUSÃOO trabalho de resgate da identidade de um povo, partindo inicialmente da valorização da oralidade para depois se chegar ao registro escrito do narrado, nos parece ser uma das melhores práticas para (re)construir a história identitária de um povo. Com isso, pretende-se transformar os livros que serão produzidos em instrumentos para o desenvolvimento da interculturalidade entre os grupos étnicos indígenas e não indígenas. Palavras-chave: Educação Escolar Indígena, Oralidade, Escrita, Produção de Texto.