Introdução: Percebe que muito se tem discutido sobre a avaliação no contexto escolar, aspecto dos mais problemáticos no fazer docente. Apesar do ato de avaliar ser prática social ampla, pela própria capacidade humana de observar, refletir e julgar, no contexto educacional sua dimensão não tem sido muito clara, posto ser mais utilizada para atribuição de notas, visando a promoção ou reprovação discente, como aqui é discutido. Objetivos: Comentar o processo de avaliação delineado na Coletânea de Textos de Apoio, adotada na disciplina de Literatura Infantil e Juvenil, integrante da matriz curricular do Curso de Letras da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Metodologia: Desenvolve-se o estudo com base em pesquisa teórica e documental. Resultado e Discussão: A Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996), em seu artigo 24º, afirma que a averiguação do rendimento escolar observará o critério da avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. Essa orientação parece fundamentar o processo avaliativo da disciplina em foco, quando este se apresenta numa perspectiva processual, interventiva, qualificativa e dialógica. Para tanto, afere média mensal ao rendimento discente por meio de diferentes conteúdos, critérios, escores, instrumentos e momentos. Por exemplo, frequência, participação ativa em sala de aula, apresentações orais e autoavaliação, realizadas e aferidas diariamente com escore próprio e predefinido; produção escrita mensal em forma de teste ou de trabalho acadêmico. A autoavaliação, aplicada sistematicamente, pode ser compreendida a partir do pensamento de Hoffmann (2003), para quem a avaliação corresponde a um fazer instigante do professor, que provoca o aluno a pensar sobre as suas experiências de vida, (re)formular teorias, que o conduzam a umaprendizado criativo. No contexto da formação inicial de professores, como é o caso aqui estudado, por meio da autoavaliação e da avaliação do ensino-aprendizagem, como indicado na proposta em análise, o acadêmico desenvolve uma consciência de si e da realidade na qual interage, desenvolvendo, concomitantemente, sua criticidade, o que é muito importante para sua formação docente. Para Freire (2001), a avaliação deve ser visualizada de maneira interativa, na mediação ensino e aprendizagens, também discentes por ser, antes de tudo, uma forma de comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. A avaliação tem uma dimensão dialógica entre os principais atores educacionais, inerente ao fazer educacional. Deve estabelecer-se na reflexão para resultar na autonomia, responsabilidade, competência e criatividade. Percebe-se a busca de atingir tais elementos na proposta em análise. Considerações Finais: Para refletir a prática da avaliação se faz imprescindível assumir um posicionamento coerente e ético, juntamente com o (re) significar holístico do fazer pedagógico, do planejamento e da execução. E isso ocorre na proposta analisada.