Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa etnográfica realizada em uma escola de educação infantil do município de Maceió com o objetivo de compreender como o ambiente escolar tem contribuído para uma separação entre meninas e meninos e consequentemente dos futuros homens e mulheres. Buscamos apontar algumas práticas cotidianas que de maneira sutil acabam reafirmando o papel que deve ser assumido por meninas e meninos já que a escola como espaços de formação dos sujeitos e como instituição integrante de uma determinada sociedade, reproduz em sua prática cotidiana os ideais construídos socialmente. Podemos encontrar elementos mesmos que não visíveis ao primeiro olhar, que nos permite identificar como a escola tem contribuído na formação do que é ser homem e do que é ser mulher por meio das práticas desenvolvidas neste espaço. Em nossa metodologia utilizamos o método etnográfico na intenção de chegar bem perto do ambiente escolar com a intenção de perceber como são instituídos a diferenciação entre meninos e meninas. A pesquisa etnográfica como possibilidade de investigação das práticas educativas desenvolvidas na escola se mostra como um meio viável de pesquisa no espaço escolar. A partir das observações, da escuta e dos registros feitos durante o processo de pesquisa etnográfica torna-se possível realizar uma análise das práticas educativas desenvolvidas na escola, sejam elas as relações entre alunos e professor, o processo de ensino aprendizagem, as brincadeiras dos alunos e as relações estabelecidas entre estes. Realizamos observações do cotidiano da escola e fizemos anotações do máximo de acontecimentos em nosso diário de campo e de forma sutil procuramos ouvir os indivíduos integrantes deste espaço – crianças e adultos – na intenção de coleta de dados de nos dessem subsídios para a nossa pesquisa. Em nossa pesquisa foi possível perceber como a escola tem contribuído para a distinção entre os diferentes grupos, mais precisamente entre meninos e meninas que é o nosso objeto de estudo, consequentemente promovendo a desigualdade entre eles, o que marca o reflexo de um processo histórico da segregação feita entre homens e mulheres, que atualmente não se apresenta claramente no convívio social mais que nas sutilezas do dia a dia continuam se reproduzindo e consequentemente acabam adentrando o espaço escolar.