Tendo em vista o problema que o bullying institui na dimensão psicossocial dos indivíduos na modernidade, e a velocidade com que o processo se alastra, parecendo não ter formas possíveis de intervenção que o diminuam, ou inibam, esse tipo de fenômeno escolar, tenta-se construir, então, no presente artigo, os caminhos teóricos que institucionalizam o aluno através da teoria da Pedagogia Institucional de Fernand Oury, que tem como tripé teórico as dinâmicas de grupo, psicanálise e a pedagogia de Freinet. É da Psicanálise, de base lacaniana, que advirá o conceito de fala e seu processo enquanto constituinte do sujeito, forma única de fazer com que ele emerja nos laços sociais que se estabelecem na escola. Mesmo com todos os artifícios que as técnicas da Pedagogia Freinet coloca, bem como as dinâmicas de grupo, a fala, é a única via de acesso ao sujeito, ao seu inconsciente, é só nela que o sujeito e o inconsciente podem emergir. Sendo assim, é somente a partir da fala que se pode haver intervenções que levem o estudante a reflexão de seus atos, para tanto não é necessário ter um psicanalista em sala de aula, mas de um professor capacitado a escutar, captar e intervir no discurso do estudante mediando sua demanda e seu desejo com o coletivo. A forma de combate ao bullying, então, se coloca através de uma construção ética, onde a ética será do sujeito, mas em consonância com as leis gerais que são instituídas pelo grupo, pela escola e pelas instâncias que a formam enquanto instituição. É com esses pressupostos teóricos que tentamos firmar, então, a Pedagogia Institucional, em especial, a partir do que ela entende como fala, como ferramenta de combate ao fenômeno do bullying enquanto violência escolar oriunda do processo de sociabilidade.