A educação do campo tem se caracterizado, ao longo do tempo, pela falta de políticas públicas específicas para atender suas peculiaridades, pela renegação de seus valores e também pela negação de sua importância. Nesse contexto, observa-se que não há um currículo baseado nas identidades, valores e necessidades de aprendizagem do campesino. Dentre os aspectos ligados a pobreza curricular estão a adaptação do currículo da cidade para o campo; a perspectiva de atraso e negação de direitos que historicamente caracterizam a visão da educação do campo no Brasil. Assim, neste trabalho temos como objetivo refletir sobre como o advento de novos programas e legislação influenciam na formação de um novo currículo que atenda as demandas do homem do campo. Para isso fizemos um breve levantamento bibliográfico e utilizamos como aporte teórico autores como ARROYO, FOERSTE, FERREIRA & BRANDÂO, dentre outros. Percebemos que a partir da Constituição Federal de 1988, e da nova LDB de 1996, a criação do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA, e ainda com a aprovação da Resolução CNE/CEB, que instituiu as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo, houve um avanço em relação às previsões para a Educação do Campo, e também, que esse processo de valorização vem, aos poucos, sendo implementado nas práticas pedagógicas. Entretanto, ficou patente que é preciso superar entraves de ordem política e econômica para que se tenha, de fato, um currículo que nasça no campo e se volte para ele, considerando o homem do campo como sujeito transformador de sua própria realidade.