A LITERATURA AMAZÔNICA FOI CONSTRUÍDA DENTRO DE UM ESPAÇO MÍTICO. SOBRE O GEOGRÁFICO-CULTURAL SOBRESSAÍRAM OS DEVANEIOS QUE CONSTRUÍRAM AS PRIMEIRAS FIGURAS DE UM IMAGINÁRIO IDÍLICO: AS AMAZONAS, O ELDORADO E O MALIGNO. A CULTURA AMAZÔNICA DESDE A CHEGADA DOS PRIMEIROS NAVEGANTES APRESENTOU UM DISCURSO DELIRANTE SOBRE A ÁGUA E A FLORESTA. NESSA SIMBIOSE DE INFERNO E PARAÍSO EMERGIRAM AS LENDAS COMO A DO BOTO, COM O PODER DE SE METAMORFOSEAR, SEDUZIR E ENGRAVIDAR AS MULHERES. MAS ESSE UNIVERSO DE ENCANTAMENTO CHOCA-SE CADA VEZ MAIS COM A MODERNIZAÇÃO INTROJETANDO UMA VISÃO DE MUNDO QUE CONSIDERA O PODER DO PAJÉ, AS CRENÇAS E LENDAS COMO SUPERSTIÇÕES QUE DEVEM SER EVITADAS NA BUSCA DO CONHECIMENTO VERDADEIRO. ESTE CORTE ESTÁ DIRETAMENTE RELACIONADA COM O AVANÇO DO PROTESTANTISMO À VISÃO DE MUNDO CATÓLICA. O OBJETIVO É RELACIONAR ESSA RUPTURA COM O MAIS RECENTE IMPACTO AMBIENTAL NA AMAZÔNIA, CARACTERIZADO PELA MATANÇA DE BOTOS UTILIZADOS COMO ISCA PARA A PESCA DO PEIXE LISO. ESTUDOS DEMONSTRAM QUE A POPULAÇÃO DE BOTOS NA REGIÃO CAIU PELA METADE NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS DEVIDO À CAÇA PREDATÓRIA. TRATA-SE DE UMA PESQUISA DESCRITIVA-EXPLORATÓRIA COM ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DE OBRAS CLÁSSICAS E CONTEMPORÂNEAS QUE INVESTIGAM AS TRANSFORMAÇÕES REGIONAIS. POSTERIORMENTE A PARTIR DE UMA ANÁLISE DOCUMENTAL, DE FORMA QUALITATIVA E QUANTITATIVA, COMPAROU-SE AS MÚLTIPLAS REALIDADES QUE ESTÃO ENTRANDO EM CONFLITO. O ESTUDO SUGERE UM TRABALHO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA REGIÃO PARA QUE SIRVA DE BASE PARA MAIS PESQUISAS CIENTÍFICAS E POLÍTICAS PÚBLICAS E A FIM DE PREVENIR IMPACTOS NEGATIVOS NAS ATIVIDADES PESQUEIRAS.