Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE: O USO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES NA BAIXADA FLUMINENSE-RJ

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Há muitos pesquisadores que afirmam que a prática docente não é uma receita de bolo, prever os acontecimentos e criar maneiras de ensinar nem sempre podem ser bem-sucedidos. Compreendemos e afirmamos que as práticas vivenciadas diariamente nas salas de aula são múltiplas e possivelmente será necessário a reinvenção frequente para lidar com os acontecimentos e traçar caminhos para o fazer geográfico. Sendo assim, torna-se pertinente outros olhares para a formação docente, através da valorização de novas práticas, sem abrir mão da discussão teórica. Dentre as diferentes metodologias para o processo formativo, encontramos no trabalho de campo nos espaços "extramuros acadêmicos" um ambiente com grande potencial, pois conforme aponta Kayser (2006, p. 94) "qualquer um que deseja conhecer um fenômeno só poderá ter sucesso se entrar em contato com ele, ou seja, vivê-lo (praticá-lo) dentro do próprio meio desse fenômeno". Pensando assim, nos voltamos para os espaços naturais e destacamos aqui as diversas potencialidades de uma Unidade de Conservação, dentre elas estão: a possibilidade de proporcionar um ambiente educativo com capacidade de ultrapassar o tradicional "conhecer para preservar" ao mesmo tempo que alertamos para a necessidade de expandir a sala de aula para além da estrutura escolar. Quintanilha e Vallejo (2014) consideram que uma Unidade de Conservação pode disponibilizar informações qualificadas e atualizadas, compartilhar percepções e compreensões, ampliando a capacidade de diálogo e de capacidade conjunta, possibilitando também reflexões e vivências dos diversos atores que transitam por esses territórios. Neste contexto este trabalho tem como objetivo discutir a importância de práticas pedagógicas em espaços extramuros escolares, como por exemplo, as Unidades de Conservação. Iniciamos a partir de então um processo de integração dos docentes em formação, do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com o espaço do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (PNMNI), consideramos que as características naturais e sociais da Unidade de Conservação colaboram com o processo de ensino-aprendizagem no âmbito da Geografia escolar e acadêmica, além de proporcionar novas ideias para uma qualidade e eficiência na prática docente dos licenciandos. Os trabalhos desenvolvidos por algumas disciplinas do curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Instituto Multidisciplinar, integrou diferentes pesquisas e atividades ao Parque Natural, isso aconteceu, pois visualizamos o potencial científico presente no espaço. Inseridos na realidade da Baixada Fluminense, no município de Nova Iguaçu-RJ, compreendemos os desafios encontrados ao lecionar geografia e compartilhar conteúdos que em muitos momentos fogem da realidade dos alunos, por esse motivo acreditamos que é essencial buscar novas possibilidades de desenvolver a ciência com qualidade, pois só assim será possível a compreensão da totalidade. Destacamos que os trabalhos desenvolvidos nesses espaços naturais estão diretamente ligados com conceitos chaves da Geografia física, portanto, segundo Quintanilha e Queiroz (2018, p.169) podemos compreender que, "o trabalho com assuntos relacionados a Geografia física está relacionado diretamente com a formação da consciência do espaço geográfico, pois esse espaço é formado a partir das relações do indivíduo com o meio. Analisando assim, podemos ver que alguns conceitos da Climatologia, Hidrologia, Pedologia, Geomorfologia, Geologia, entre outros, fornecem-nos uma base ampla para diversas discussões no campo da Geografia, tendo em vista que são as ações humanas no meio ambiente que modificam essa estrutura, causando impactos variados que atingem diretamente o homem. " Compreendendo a complexidade em trabalhar as diversas questões físicas da ciência geográfica, ressaltamos que ao inserir os docentes em formação nos espaços que fazem parte da sua realidade e estão próximos do seu local de estudo e trabalho, alcançamos resultados excelentes e um retorno satisfatório dos envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem. Observamos que nos últimos anos o trabalho na Unidade de Conservação tem possibilitado a ampliação dos debates envolvendo essa temática no âmbito acadêmico, além disso, verificamos a aproximação dos discentes com a realidade local, o aprimoramento das técnicas de desenvolvimento dos conteúdos escolares em suas instituições de trabalho e a transformação de suas práxis. Selecionamos o PNMNI para o desenvolvimento das atividades, pois, além de possuir destaques relevantes no que tange sua beleza cênica e seus atributos naturais, o mesmo também está localizado no município de Nova Iguaçu, trata-se de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e objetiva-se conservar e preservar os elementos naturais presentes no mesmo, sendo eles espécies de fauna, flora, recursos hídricos, solos entre outros. Além dos objetivos de conservação, a unidade proporciona atividades de Uso Público que estão inseridas nas categorias lazer e recreação, religiosas e científicas. Ressalta-se a importância do espaço natural para a Universidade devido a sua proximidade com o Instituto Multidisciplinar - cerca de 7 Km. Desde 2010 o curso de Geografia IM/UFRRJ vem desenvolvendo atividades no PNMNI, entretanto a partir de 2015 com a realização de diferentes pesquisas (iniciação científica, mestrado e doutorado), a Universidade tem buscado compreender as dinâmicas socioambientais, tanto no interior quanto no entorno da Unidade, que tem sido apontada por muitos pesquisadores como "um laboratório a céu aberto" para o a ampliação e desenvolvimento da ciência na Baixada Fluminense-RJ. Palavras-chave: Formação docente, Ensino de Geografia, Unidade de Conservação, Espaços formativos Referências KAYSER, B. O geógrafo e a pesquisa de campo. In: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, Julho de 2006. QUINTANILHA, L. S.; QUEIROZ, E. D. Possibilidades para o desenvolvimento do ensino de Geografia Física em áreas naturais protegidas. In: CARDOSO, C.; SILVA, M. S. (Orgs). A Geografia Física: teoria e prática no ensino de Geografia. 1º Ed. Curitiba: Appris, 2018. QUINTANILHA, L.; VALLEJO, L. R. Uso Público em áreas protegidas: um roteiro de atividades para fortalecimento de vivências e conscientização através da educação ambiental. In: Anais Uso Público em Unidades de Conservação. Niterói-RJ, V.2, N.2, 2014. "
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E FORMAÇÃO DOCENTE: O USO DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES NA BAIXADA FLUMINENSE-RJ Lucas da Silva Quintanilha E-mail: lucasquintanilha18@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Edileuza Dias de Queiroz E-mail: edileuzaqueiroz@gmail.com Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Instituto Multidisciplinar Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CAPES, UFRRJ. Resumo Costuma-se observar nos dias atuais diversos debates envolvendo a formação docente e diferentes contribuições metodológicas que são criadas para o desenvolvimento do ensino no ambiente escolar, contribuições tanto para o ensino de Geografia, quanto para as demais ciências. Há muitos pesquisadores que afirmam que a prática docente não é uma receita de bolo, prever os acontecimentos e criar maneiras de ensinar nem sempre podem ser bem-sucedidos. Compreendemos e afirmamos que as práticas vivenciadas diariamente nas salas de aula são múltiplas e possivelmente será necessário a reinvenção frequente para lidar com os acontecimentos e traçar caminhos para o fazer geográfico. Sendo assim, torna-se pertinente outros olhares para a formação docente, através da valorização de novas práticas, sem abrir mão da discussão teórica. Dentre as diferentes metodologias para o processo formativo, encontramos no trabalho de campo nos espaços "extramuros acadêmicos" um ambiente com grande potencial, pois conforme aponta Kayser (2006, p. 94) "qualquer um que deseja conhecer um fenômeno só poderá ter sucesso se entrar em contato com ele, ou seja, vivê-lo (praticá-lo) dentro do próprio meio desse fenômeno". Pensando assim, nos voltamos para os espaços naturais e destacamos aqui as diversas potencialidades de uma Unidade de Conservação, dentre elas estão: a possibilidade de proporcionar um ambiente educativo com capacidade de ultrapassar o tradicional "conhecer para preservar" ao mesmo tempo que alertamos para a necessidade de expandir a sala de aula para além da estrutura escolar. Quintanilha e Vallejo (2014) consideram que uma Unidade de Conservação pode disponibilizar informações qualificadas e atualizadas, compartilhar percepções e compreensões, ampliando a capacidade de diálogo e de capacidade conjunta, possibilitando também reflexões e vivências dos diversos atores que transitam por esses territórios. Neste contexto este trabalho tem como objetivo discutir a importância de práticas pedagógicas em espaços extramuros escolares, como por exemplo, as Unidades de Conservação. Iniciamos a partir de então um processo de integração dos docentes em formação, do curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com o espaço do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (PNMNI), consideramos que as características naturais e sociais da Unidade de Conservação colaboram com o processo de ensino-aprendizagem no âmbito da Geografia escolar e acadêmica, além de proporcionar novas ideias para uma qualidade e eficiência na prática docente dos licenciandos. Os trabalhos desenvolvidos por algumas disciplinas do curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Instituto Multidisciplinar, integrou diferentes pesquisas e atividades ao Parque Natural, isso aconteceu, pois visualizamos o potencial científico presente no espaço. 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