O ENSINO DE BIOLOGIA POR INVESTIGAÇÃO: A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA DO MUNICÍPIO DE FLORIANO-PI Paullo Rangell Amorim De Sousa¹ (paullorangell17@gmail.com - IFPI campus Floriano) Tâmara Kely da Conceição Mendes ²( tamarakelymendesbenju@gmail.com - IFPI campus Floriano) José da Guia da Conceição Ferreira³ ( josedaguiag30@outlook.com - IFPI campus Floriano) Raíla Kely de Sousa Pacheco4 (kelyraila@gmail.com - IFPI campus Floriano) Orientadora: Michelle Mara de Oliveira Lima (michellelima@ifpi.edu.br - IFPI campus Floriano) Eixo Temático:Processos de ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e praticas docentes. Agência Financiadora: Instituto Federal Do Piauí - campus Floriano Resumo Embora, atualmente, haja muitos debates sobre mudanças na forma de ensinar Biologia, em muitas realidades escolares, sua transmissão e recepção de conteúdos ocorre de forma passiva, onde o alunado é exposto a termos complexos, tendo como finalidade apenas decorar conceitos definidos, sem aplicabilidade no seu dia-a-dia. Assim, uma das grandes dificuldades para o ensino de Biologia é a aplicabilidade de conceitos desta área. Diante disso os professores precisam utilizar-se de métodos e práticas que visem a facilitar o processo de ensino-aprendizagem, trazendo significância a esses conceitos com o cotidiano do aluno. Dessa forma, o ensino de biologia por investigação torna-se uma ferramenta metodológica que busca facilitar a aprendizagem dos alunos, inserindo e aproximando-os dos conceitos científicos correlacionados com os conteúdos escolares a partir da aplicação prática destes conceitos. Esta abordagem propicia a mudança da dinâmica dentro da sala de aula, fazendo com que se crie um ambiente ideal ao exercício da argumentação cientifica. O grande mérito da utilização do ensino por investigação é fazer com que o aluno saia da passividade e entre de forma ativa no processo de construção de conhecimento. O objetivo desse trabalho foi analisar o uso do ensino por investigação por professores de Biologia nas três redes de ensino (Estadual, Privada e Federal), no município de Floriano-PI. A pesquisa é de natureza quali-quantitativa, ou seja, com a utilização de um método misto, pois além de atentar para a obtenção e interpretação dos fenômenos envolvidos, houve a necessidade de reunir os dados quantitativos, numéricos, produzidos pelos questionamentos sobre temática em questão. A pesquisa foi realizada a partir da aplicação de um questionário contento 12 questões semiestruturadas. A amostra foi composta por 15 professores sendo 5 professores de escolas estaduais, 5 professores de escolas particulares e 5 professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, todos do município de Floriano - PI. Como método de análise dos dados, utilizou-se os critérios propostos por Carneiro e Silva (2007) com adaptações. Nesse modelo, leva-se em consideração os pontos em comuns nas transcrições feitas pelos entrevistados, a fim de agrupar as respostas em uma categoria de análise. Dessa maneira utilizou-se 3 classes de avaliação: A classe A - nessa categoria, o participante, não apresenta juízo de valor a resposta com a teoria e em muitos casos a resposta está completamente errada, em branco ou sem nexo; A classe B - o participante apresenta domínio mediano sobre a temática, sua resposta pode até ser considerada satisfatória, porém ele não faz muita alusão a literatura; A classe C - o participante apresenta domínio do conteúdo, além disso, expõe por meio da resposta a correlação entre os preceitos teóricos trabalhados na literatura, evidenciando um conhecimento holístico sobre o tema. Dos professores entrevistados, 85% são do sexo feminino e 15% do sexo masculino. Todos os professores da rede estadual possuem, pelo menos, uma especialização. Dentre os professores da rede privada, 20% possui apenas a graduação e os demais (80%) possuem especialização. Dos professores da rede federal, 20% possui doutorado, 20% mestrado e os demais (60%) especialização. Dos participantes da rede estadual os todos (100%) atuam na área a mais de 10 anos. Na rede privada 40% atuam a mais de 10 anos, 40% entre 3 e 5 anos e 20% entre 0 e 3 anos. Na rede de ensino federal 60% dos professores entrevistados atuam a mais de 10 anos na área, 20% de 5 a 10 anos e 20% atuam de 3 a 5 anos. Foi solicitado aos professores que conceituassem o ensino por investigação. Notou-se que 80% dos professores da rede estadual tiveram suas respostas incluídas na classe C e 20% na classe B. Já na Rede Privada 60% ficaram na classe C e 40% na classe B. Na Rede Federal, 60% dos entrevistados foram inclusos na classe C, 20% na classe e 20% na classe A. Observa-se também que todos os entrevistados expressaram a importância da utilização do ensino por investigação em suas práticas pedagógicas. Sobre a utilização do ensino por investigação em sua prática pedagógica 60% dos professores da rede estadual afirma que utiliza frequentemente esta metodologia de ensino, 20% afirma utilizar algumas vezes e 20% não utiliza. Na rede de ensino privado todos (100%) os professores afirmam que utilizam o ensino por investigação. Na rede federal 80% fazem uso constantemente deste método de ensino e 20% afirma utilizar as vezes. Sobre a percepção dos professores participantes se o ensino por investigação facilita ou não o processo de ensino-aprendizagem 80% dos professores da rede estadual afirma que esse método facilita esse processo de ensino-aprendizagem e 20% diz que essa metodologia não facilita esse processo 100 % dos professores da rede particular e federal diz que esse método de ensino facilita esse o processo de ensino-aprendizagem. Ao serem questionados se o ensino por investigação influenciava ou não na participação dos alunos 100% dos professores da rede de ensino estadual e privada afirmam que com o uso desse método faz com que os alunos participam mais de forma ativa na aula. Já 80% dos professores da rede federal também faz essa afirmação e 20 % diz que essa prática não influencia na participação do aluno. Além disso, a maior parte das reivindicações por parte dos professores que não utilizam o ensino por investigação foram carga horária da disciplina reduzida, falta de estrutura básica das escolas, rejeição e falta de participação dos alunos e entre outras. Assim, conclui-se que o ensino por investigação é uma metodologia que está sendo inserida no contexto escolar de forma gradativa, possuindo certas dificuldades no que diz respeito a implementação dentro da sala de aula, tanto para os professores quantos para os alunos. É perceptível que essa ferramenta pedagógica é de fundamental importância para tirar os alunos da passividade e inseri-los dentro de um ambiente propicio a prática cientifica. Ressalta-se que não é necessária uma grande estrutura para fazer o uso dessa metodologia, pois o professor pode realizar procedimentos simples como questionamentos de cunho investigativo que levem o aluno a assimilar o conteúdo visto com o seu dia-a-dia. O mesmo pode fazer uso de experimentos simples e de baixo custo em sala de aula sem necessidade de laboratórios sofisticados. Desta forma o professor pode fazer de sua sala de aula seu próprio laboratório onde o aluno fixe e assimile o conteúdo sem precisar apenas fazer uso da decoração. Palavras-chave: ensino-aprendizagem, significativa, metodologia de ensino.