CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET E LEV VYGOTSKY PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL. Gotardo Alves de Almeida Neto / neetoalves26@gmail.com/Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA Antonia Helaine Veras Rodrigues / Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA Eixo Temático: Processos de Ensino e Aprendizagem. Resumo O presente trabalho tem por objetivo apresentar as compreensões exercidas a partir de um estudo bibliográfico e prático, baseados nas literaturas de Jean Piaget e Lev Vygotsky, acompanhado de uma análise de campo que se realizou em uma instituição de ensino que dispõe de Educação de Jovens de Adultos (EJA) e Atendimento Educacional Especializado (AEE). Desse modo, foi observado as metodologias de ensino aplicadas nas escolas visitadas, onde foi possível verificar que há uma memorização e fixação dos conteúdos, constituindo uma metodologia antiquada que não favorece o processo de ensino-aprendizagem dos educandos. Assim, observou-se, até então, que existe uma mecanização do ensino nas duas modalidades de ensino analisadas. Neste contexto, a Psicologia surge como um meio de assegurar uma melhor instrução aos atuais e futuros educadores, para que a automatização dos conteúdos tenha um fim ou seja amenizada. Além disso, contribui, também, para o desenvolvimento de metodologias que favoreçam o ensino na Educação Especial, com fundamentação nas teorias desenvolvidas dentro da Psicologia. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo destacar as contribuições das teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky introduzidas na Educação Especial, visto que foi possível constatar, em consequência dos estudos práticos elaborados nas escolas, que há um insatisfatório padrão de ensino baseado no currículo tradicional. Assim, as concepções desses autores se fazem importante para estimular a criação ou reformulação de metodologias de ensino capazes de proporcionar ao aluno uma liberdade de pensamento. Piaget utilizou métodos clínicos (entrevistas, aplicações de testes, observações), aplicados na Psiquiatria e na Psicoterapia, para chegar a formulação de uma teoria de processamento do desenvolvimento cognitivo, intitulada Psicologia Genética (COLL, 1992). Assim, foi possível proporcionar um melhor entendimento sobre a compreensão do processo de desenvolvimento humano na construção do conhecimento. Desta maneira, acredita-se que as aplicações dos testes, observações e entrevistas, utilizados no desenvolvimento da Teoria Genética, possam auxiliar os educadores que atuam na Educação Especial, criando ideias que visam a melhoria da qualidade do ensino, elaborando aulas diferenciadas com conteúdos ajustados à realidade do educando, constituindo um processo de aprendizagem apropriado aos discentes, além de servir como auto formação para o professor. Piaget e Vygotsky acreditam que o conhecimento resulta de interações entre o indivíduo e o ambiente, onde o mesmo será construído em um processo individual e continuará por toda a vida do sujeito, caracterizando um princípio interacionista (GOULART, 2010). Desta forma, o professor deveria mediar a interação dos indivíduos especiais com o meio em que estão inseridos, estimulando-os a progredir intelectualmente. Porém, nas observações efetuadas nas escolas visitadas, não se identificou nenhuma mediação entre o educando e o ambiente. Deste modo, a escola que possui o Atendimento Educacional Especializado - AEE, deve se constituir como um espaço onde haja contato entre os alunos especiais e o meio escolar, permitindo ao educando perceber a diversidade existente no ambiente em que ele está inserido. Vygotsky alega que a deficiência não é uma limitação para o conhecimento, pelo contrário, ela estimula o homem para uma eventual superação (OLIVEIRA, 1993). Assim, o psicólogo russo desenvolveu a Zona de Desenvolvimento Proximal - ZDP, que é a mediação exercida pelo docente entre o saber atual do discente e o que pretende ser alcançado (VYGOTSKY, 2001). Desse modo, é indispensável este intermédio, visto que o mesmo possibilita o estudante a adquirir uma melhor compreensão dos conteúdos e da sua realidade, podendo intervir quando necessário, além de se tornar autônomo no que tange um limite físico ou mental. Neste contexto optou-se pela pesquisa bibliográfica que tem o objetivo de relacionar e pôr em contato o pesquisador e os materiais escritos sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas (MARCONI; LAKATOS, 1992). Posterior a pesquisa bibliográfica, foram realizadas visitas na escola que dispõe da Educação de Jovens e Adultos - EJA e Atendimento Educacional - AEE, para melhor compreender os fatos e fenômenos que ocorrem naquele espaço. Assim, foram consultadas várias literaturas de cunho pedagógico, relacionadas às teorias, pesquisas e concepções de Piaget e Vygotsky. Assim sendo, pode-se confirmar a relevância das contribuições das teorias e concepções de Piaget e Vygotsky, havendo de fato uma melhoria no processo de ensino e aprendizagem dos alunos da Educação Especial quando adotados métodos e procedimentos que estimulem o intelecto do educando, onde o educador é encarregado de fazer uma intermediação entre o saber atual e o saber que será alcançado. Além disso, os estudiosos oferecem um maior arcabouço de conhecimento para os docentes, proporcionando flexibilidade ao realizar o processo de ensino-aprendizagem. A Psicologia vem contribuindo desde o período colonial de modo suficiente com todas as modalidades de ensino, em específico com a Educação Especial. No que se refere aos estudiosos Jean Piaget e Lev Vygotsky, são várias às suas contribuições para a compreensão de como se desenvolve o conhecimento a partir de suas teorias, que promovem uma auto formação dos profissionais envolvidos na educação dos jovens deficientes, que consequentemente, irão romper com o tradicionalismo, constituindo uma nova estrutura de ensino adequada para esses alunos. Deste modo, as reflexões apresentadas neste trabalho são essenciais para a formação do professor, pois quando se deparam com alunos deficientes em sala de aula, muitos não sabem lidar com a situação e acabam que por excluir estes alunos dos demais. Além de mostrar a importância dos autores para a educação em geral, onde os mesmos tiveram a preocupação de como proceder para alcançar o conhecimento. Palavras-chave: Deficiência, Psicologia, aprendizagem, metodologias de ensino, Atendimento Educacional Especializado. Referências: COLL, César. As contribuições da psicologia para a educação: teoria genética e aprendizagem escolar. In: LEITE, Luci Banks (Org). Piaget e a escola de Genebra. São Paulo: Cortez, 1992. FERRARI, Márcio. Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. Especial Nova Escola, São Paulo, n. 43, 16 jul. 2012a. Edição especial grandes pensadores. Disponível em: . Acesso em: 5 set. 2018. GOULART, Íris B. Psicologia da educação: fundamentos teóricos e aplicações à prática pedagógica. 16. ed. RJ: Vozes, 2010. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992. OLIVEIRA, Marta K. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento, um processo sócio-histórico. Ed. Scipione, 1993. VIGOTSKY, Lev. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Martins Fontes, 2001.