AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID SOCIOLOGIA PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA Rosicleide Araújo de Melo rosicleide.melo@univasf.edu.br Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF Eixo temático: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programas e políticas Agência Financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES Justificativa: O PIBID é estabelecido através do Decreto Nº 7.219 de 24 de julho de 2010, e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que tem por finalidade "fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e para a melhoria de qualidade da educação básica pública brasileira" (BRASIL, 2010, p. 04). No caso do curso de Ciências Sociais na UNIVASF, o PIBID teve início no ano de 2013, funcionando nesta versão inicial até fevereiro de 2018, a partir de quatro subprojetos: um na temática sobre cultura e religião, outro na de direitos humanos e sociedade, outro em meio ambiente e interdisciplinaridade e o de Juventude e participação. Com a reformulação do PIBID pelo MEC, através do Edital 07/2018, o curso de Ciências Sociais passa a contemplar o NID (Núcleo de Iniciação à docência) de Sociologia. O campo de atuação do NID Sociologia tem sido em duas escolas estaduais da cidade de Juazeiro-BA, tendo como equipe 24 bolsistas de iniciação à docência, 3 supervisores, além da coordenadora de área. O PIBID traz como desafio o desenvolvimento da parceria entre os estudantes, coordenadora e professor supervisor em todas as fases, desde o planejamento das atividades até a execução e avaliação dos trabalhos, por isso muitos são os desafios estabelecidos aos licenciandos, já que estes precisam dedicar-se ao curso bem como às atividades do projeto. Além do mais a iniciação à docência é fundamental pois permite uma prática reflexiva que se revela a partir do conhecimento da realidade da escola, da iniciação à docência vivenciada já no início da graduação. Objetivo geral: O objetivo do trabalho é abordar as contribuições do Programa institucional de bolsa de iniciação à docência - PIBID Sociologia para a formação do licenciando a partir das primeiras vivências no ambiente escolar. Fundamentação teórica: Conforme Nóvoa (1997, p. 25), "a formação deve estimular uma perspectiva crítica-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de autoformação participada [...]". É a partir da discussão de formação docente (NÓVOA, 1997; SAVIANI, 2009, entre outros) e juventude (GROPPO, 2000), que o trabalho é embasado. Metodologia: Pesquisa bibliográfica, além de uma enquete com os bolsistas do Núcleo a respeito deste primeiro contato com a escola e com a atividade docente. Resultados: Nesta fase inicial os pibidianos tem realizado os primeiros contatos com o fazer pedagógico, através da vivência do planejamento das aulas de Sociologia nas escolas que acompanham, do conhecimento do livro didático e seus conteúdos, além da leitura e discussão do PPP (Projeto Político Pedagógico) nas escolas de educação básica. A prática de reuniões semanais de formações teóricas, o planejamento em conjunto das ações, bem como a cooperação nas tarefas tem contribuído para o desenvolvimento de um trabalho colaborativo (DAMIANI, 2008) em toda a equipe. Essa colaboração pôde ser constatada por exemplo quando da realização de uma oficina sobre a importância do voto, em que os licenciandos tiveram a oportunidade de planejar, juntamente com a coordenadora e supervisores esta ação que posteriormente foi executada junto aos jovens do ensino médio das duas escolas em que o grupo atua. Em relação à oficina, percebeu-se inicialmente em alguns jovens das escolas um pouco de apatia pelo tema, porém à medida que foi sendo explanado, os estudantes passaram a debater sobre o papel e importância dos jovens em relação ao voto, resultando em reflexões interessantes, conforme depoimento de uma bolsista (2018): "a oficina sobre a importância do voto foi bastante interessante, fez os alunos interagir de forma produtiva, levantando questionamento". Esta prática reflexiva será fundamental para a formação do licenciando. Considerações finais: É perceptível as contribuições do PIBID para a licenciatura em Ciências Sociais na UNIVASF, tanto para a formação do licenciando quanto para sua permanência no curso. As ações realizadas evidenciam o trabalho colaborativo que é necessário, em que a escola é o espaço onde os diálogos são estabelecidos e a interdisciplinaridade aparece já que a maioria dos professores supervisores não tem graduação em Sociologia. Portanto, apesar dos desafios colocados e da necessidade de uma constante reflexão dos trabalhos realizados, identificamos algumas contribuições que perpassam os problemas vividos, já que a iniciação à docência acontece a partir dessa parceria e colaboração com a coordenadora e os supervisores nas escolas. Em relação ao curso como um todo, os resultados exitosos têm se revelado através do desempenho dos estudantes em avaliações externas, como o Enade, além da permanência destes no curso, como já foi citado. Por tudo isso, o PIBID é um Programa fundamental de iniciação à docência e que contribui em muito para a formação dos nossos licenciandos. Palavras-chave: PIBID, Formação, Sociologia. Referências BRASIL. Decreto 7.219, de 24 de junho de 2010. Dispõe sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 jun. 2010. DAMIANI, Magda F. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Educar, Curitiba, n° 31, p.213-230, 2008. GROPPO, Luís Antônio. Juventude: ensaios sobre a sociologia e a história das juventudes modernas. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000. NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, António (Coord). Os professores e a sua formação. 3. ed., Lisboa: Dom Quixote, 1997. SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação. v. 14, n. 40, p. 143-155, São Paulo: 2009.