Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

ALTERIDADE E RESPONSABILIDADE COMO ELEMENTOS BALIZADORES DO PROCESSO DE INCLUSÃO: (RE)PENSANDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL À LUZ DO PENSAMENTO DE EMMANUEL LÉVINAS

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Em se tratando da Educação Especial, os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, superdotação/altas habilidades sempre foram excluídos da escola comum por estas os considerarem como sujeitos abjetos incapazes de se desenvolverem social e intelectualmente, surgindo mecanismos de exclusão e discriminação que culminaram na criação de instituições de ensino especiais para esses alunos até então tidos como "especiais", no entanto, a partir da atual lei de diretrizes e bases da educação nacional, esse cenário vem se transformando a cada ano, cujas instituições de ensino comum passaram a receber em seus espaços estes alunos, porém, de uma forma pouco inclusiva e humana. Este trabalho se justifica a partir do entendimento de que a Educação Especial ainda carece de reflexões que fundamentem sua real materialização nas instituições de ensino conforme preconiza a legislação vigente, uma vez que esta não pode se dar apenas a partir da oferta de matrícula aos alunos em questão, demandando de dispositivos que lhes possibilitem uma permanência para que possam gozar de uma educação de e com qualidade. Nesse sentido, o presente estudo surge com o objetivo de refletir acerca da Educação Especial à luz da alteridade e da responsabilidade na filosofia leviniana, situando estes aspectos como pontos fundamentais para o verdadeiro processo de inclusão dos sujeitos em questão na escola comum. Para tal, adotou-se a pesquisa qualitativa com ênfase na revisão de literatura expositiva, compreendida como a exposição de uma temática a partir da análise e síntese de outras pesquisas já realizadas. Dessa forma, apreende-se que refletir a Educação a partir da filosofia em Lévinas é trazer à baila questões para a educação através da alteridade e do respeito do Eu com o Outro. O que se corrobora, de imediato, é que as relações de alteridade são fundamentais para o desenvolvimento humano e para um processo de inclusão dentro da diversidade e pluralidade humana. O contato com as reflexões de Lévinas, repensando uma ética a partir da alteridade e da responsabilidade onde o Eu acolhe o Outro numa relação de ensino, proporciona uma abertura humana dentro da escola inclusiva. No face a face, o Eu abre-se ao rosto do Outro, incluindo e recebendo o que ele traz. A importância da responsabilidade pelo Outro que se torna valiosa na relação do Eu e que se abre a sua vocação em cuidar, hospedar o diferente, aquele que se põe à frente. A inclusão, no olhar de Lévinas, conduz a uma via para a pluralidade, incluindo as diferenças. Repensar as relações na educação, no dia-a-dia dos professores e alunos. Assim, é possível abraçar a tolerância como direito que nasce do Outro possibilitando a aproximação do Eu a sua humanidade. A Educação Especial é respaldada pela lei, mas sua prática dentro das escolas comuns encontra um conjunto de desafios os quais, parte deles, podem ser sanados a partir de uma educação pensada pela alteridade, a qual principia a humanização no encontro de faces e com o Outro para o bem além do ser. Referências ALVES, M. A. Pedagogia da alteridade: o ensino como acolhimento ético do outro e condição crítica do saber em Levinas. 2011. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2011. BRAGANÇA, S. P. M. Igualdade nas diferenças: os significados do "ser diferente" e suas repercussões na sociedade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2008. COSTA, M. Lévinas: uma introdução. Petrópolis: Vozes, 2000. DERRIDA, J. Adeus a Emmanuel Lévinas. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: Perspectiva, 2008. Título original: Adieu à Emmanuel Lévinas. LÉVINAS, E. De Outro Modo que Ser, O Mas Alla de la Esencia. Salamanca: Sígueme, 1999. ______. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 2004. ______. Ética e infinito. Lisboa: Ed. 70, 2000. ______. O humanismo do outro homem. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. ______. Totalidade e infinito. Lisboa: Ed. 70, 1988. MANTOAN, M. T. É. (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. MELO, N. V. A ética da alteridade em Emmanuel Lévinas. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. SANTOS, B. S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. SKLIAR, C. A inclusão que é "nossa" e a diferença que é do "outro". In: RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006."
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Repensar as relações na educação, no dia-a-dia dos professores e alunos. Assim, é possível abraçar a tolerância como direito que nasce do Outro possibilitando a aproximação do Eu a sua humanidade. A Educação Especial é respaldada pela lei, mas sua prática dentro das escolas comuns encontra um conjunto de desafios os quais, parte deles, podem ser sanados a partir de uma educação pensada pela alteridade, a qual principia a humanização no encontro de faces e com o Outro para o bem além do ser. Referências ALVES, M. A. Pedagogia da alteridade: o ensino como acolhimento ético do outro e condição crítica do saber em Levinas. 2011. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2011. BRAGANÇA, S. P. M. Igualdade nas diferenças: os significados do "ser diferente" e suas repercussões na sociedade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2008. COSTA, M. Lévinas: uma introdução. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

Resumo No mundo contemporâneo, pensar em mecanismos que minimizem os processos de exclusão e segregação se fazem cada vez mais necessários a fim de que se tenha uma sociedade mais inclusiva, justa e igualitária. Nesse contexto, o prese estudo busca refletir acerca da alteridade e o princípio da responsabilidade como categorias inerentes à formação do ser humano capazes de subsidiar a relação do Eu com o Outro na sociedade, sobretudo no espaço escolar. Neste, historicamente, há o reconhecimento de que poucos grupos tiveram direito ao acesso e permanência a uma educação de qualidade, porém, nos últimos anos, percebe-se uma ampla abertura das instituições de ensino as classes subalternas, contribuindo para a concretização de uma sociedade, de fato, democrática. Nesse contexto, a filosofia de Emmanuel Lévinas contribui para o processo de educar o aluno para a responsabilidade, no acolhimento e compromisso com o Outro. 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Dessa forma, apreende-se que refletir a Educação a partir da filosofia em Lévinas é trazer à baila questões para a educação através da alteridade e do respeito do Eu com o Outro. O que se corrobora, de imediato, é que as relações de alteridade são fundamentais para o desenvolvimento humano e para um processo de inclusão dentro da diversidade e pluralidade humana. O contato com as reflexões de Lévinas, repensando uma ética a partir da alteridade e da responsabilidade onde o Eu acolhe o Outro numa relação de ensino, proporciona uma abertura humana dentro da escola inclusiva. No face a face, o Eu abre-se ao rosto do Outro, incluindo e recebendo o que ele traz. A importância da responsabilidade pelo Outro que se torna valiosa na relação do Eu e que se abre a sua vocação em cuidar, hospedar o diferente, aquele que se põe à frente. A inclusão, no olhar de Lévinas, conduz a uma via para a pluralidade, incluindo as diferenças. 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Petrópolis: Vozes, 2000. DERRIDA, J. Adeus a Emmanuel Lévinas. Tradução de Fábio Landa. São Paulo: Perspectiva, 2008. Título original: Adieu à Emmanuel Lévinas. LÉVINAS, E. De Outro Modo que Ser, O Mas Alla de la Esencia. Salamanca: Sígueme, 1999. ______. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 2004. ______. Ética e infinito. Lisboa: Ed. 70, 2000. ______. O humanismo do outro homem. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. ______. Totalidade e infinito. Lisboa: Ed. 70, 1988. MANTOAN, M. T. É. (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. MELO, N. V. A ética da alteridade em Emmanuel Lévinas. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. SANTOS, B. S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2005. SKLIAR, C. A inclusão que é "nossa" e a diferença que é do "outro". In: RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006.

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