O PIBID E AS ATIVIDADES COMPLEMENTARES: AÇÃO E REAÇÃO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Naianndra Nery de Sousa / naianndranery16@gmail.com / UFPI Campus Ministro Reis Velloso João Vitor Carvalho de Amaral Val / UFPI Campus Ministro Reis Velloso Maria Stefanne Souza Paschôa / UFPI Campus Ministro Reis Velloso Nathalia Louise Nascimento Marques / UFPI Campus Ministro Reis Velloso Rebeca Mota Bernardo / UFPI Campus Ministro Reis Velloso João Marcos de Góes / UFPI Campus Ministro Reis Velloso Eixo Temático: Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) Resumo O ensino não deve ser tratado somente como um instrumento de repasse de informações já conhecidas pelos estudantes, mas um processo que levará ao senso crítico e à análise, sendo considerado como bom o aprendizado que não ocorre de forma mecânica, mas geram capacidades de inter-relações em diferentes assuntos (WERNECK, 2006). Nas atividades complementares está incluso todo o processo que permite a sociabilidade do aluno, em interações com novos ambientes, com as habilidades práticas, além do desenvolvimento de competências como trabalho em grupo, raciocínio, argumentação, conscientização sobre cuidados com o meio e diversos assuntos que geram reflexões críticas, tornando o processo ensino-aprendizagem mais eficaz. O ensino poderá ser otimizado, quando o conhecimento ministrado se torna facilmente absorvido pelo aluno. Isso acontece em níveis altos ou baixos, dependendo dos métodos e técnicas empregadas (OLIVEIRA; GASTAL, 2009). O presente trabalho tem como objetivo a análise das ações complementares realizadas em uma escola de ensino médio, pelo projeto do PIBID da Universidade Federal do Piauí, Campus Parnaíba. Estas atividades procederam-se para suprir as necessidades recorrentes do desenvolvimento educacional a nível médio no decorrer do ano letivo. Foram realizadas no Colégio Estadual Lima Rebelo entre os anos de 2014 e 2017, em Parnaíba, Piauí. As intervenções foram planejadas diante da percepção de dúvidas a respeito de determinados assuntos entre os estudantes, visando diminuir as carências adquiridas e ainda, acrescentando às aulas teóricas e práticas já desenvolvidas, alternativas de ensino para fortalecer o conhecimento obtido. Propondo, com isso, a formação de indivíduos críticos e conhecedores dos mais variados assuntos a nível social e científico. Durante os quatro anos letivos, foram realizadas dezessete palestras abordando diferentes temas, dentre eles estão os que despertam curiosidades e muitas dúvidas entre a juventude, como a educação sexual, as DST's, drogas e valorização à vida. Nessas palestras foram usadas dinâmicas interativas que colaboraram para que as perguntas fossem feitas sem constrangimento, esclarecendo dúvidas e proporcionando debates entre os participantes. A comunicação e a socialização, com todo nível social, são de suma importância para o aprendizado dos estudantes, uma vez que isso colaborará para a formação de cidadãos morais e íntegros (MARTINS; MOURA; BERNARDO, 2018). Além dessas palestras, as que pautavam o respeito da sustentabilidade (reutilização e reciclagem; descarte do lixo eletrônico; biomas; impactos ambientais), promoveram o ensino de práticas corretas no contexto da educação ambiental, gerando reflexões a respeito das consequências dos maus hábitos adquiridos pela sociedade em relação ao meio em que vive. Exemplo dessa contribuição foram as lixeiras seletivas incluídas em toda a escola, trazendo benefícios ao ambiente físico da instituição e auxiliando na formação de cidadãos mais conscientes a respeito de impactos ambientais fora da instituição. Alimentação, saúde, preservação do patrimônio público, vacinação e outras, foram ministradas por profissionais especializados e muito contribuíram para o aprendizado dos envolvidos. O projeto ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), obteve ao todo 18 momentos distribuídos entre conversas sobre o tema, aulas expositivas e explicativas, utilização de exercícios dos vestibulares e revisões dos assuntos de biologia. Essas propostas foram bem aceitas pelos alunos que estiveram atentos às atividades, sanando dúvidas, participando das aulas e buscando informações a respeito do processo para entrar em uma Universidade, e isso foi importante para a motivação dos mesmos. Houve também nove visitas técnicas, como as da Universidade e a do Hemocentro, que foram empregadas como um instrumento de mediação para a aprendizagem fora do espaço escolar. Essa interação em ambientes diferenciados do comum acaba levando os estudantes a expandirem seus conhecimentos observando estruturas funcionais e novas, o que fortalece as expectativas e incentiva para um futuro engajamento no ambiente da academia. Além disso, oficinas, feiras de ciências, recreios interativos, gincanas e outras foram aplicadas, totalizando em média sessenta e sete momentos usados como alternativas para promover atividades complementares nesse meio educacional, exigindo criatividade e percepção sensível das necessidades, com o intuito de atingir a toda a comunidade escolar, reforçando o foco no crescimento em nível disciplinar, pessoal e mútuo entre os estudantes. Todas essas atividades são de extrema importância, visto que as técnicas escolares, como soluções de problemas, estão mais centradas em atividades mecânicas e limitadas, que tendem a trazer um conhecimento científico insuficiente. Como consequência, os estudantes demonstram falta de interesse, motivação, além de não dar valor aos saberes adquiridos com o aprendizado científico, não tornando conhecida toda a dimensão e aplicabilidade da disciplina (POZO; CRESPO, 2009). Vale ressaltar que essas intervenções não excluem as aulas teóricas, ao contrário, elas complementam os estudos, fortalecendo e tornando crítico e aplicável o conhecimento adquirido. Além disso, há uma necessidade de tornar o conhecimento instigante e prazeroso para os alunos, isto porque, segundo Brasil (2006), a Biologia faz parte do cotidiano das pessoas, porém, a forma como esta disciplina é ministrada ainda está tão afastada de sua realidade, que não contribui em dar oportunidades à população, para que percebam a conexão existente entre o ensino da disciplina com as suas rotinas diárias. Estes e outros benefícios foram propiciados pelo projeto do PIBID por meio das atividades complementares na Escola Estadual Lima Rebelo, usando artifícios que melhoraram significativamente o processo de ensino-aprendizagem, entre eles estão as interações sociais dentro e fora do ambiente de aula, elaboração de conhecimentos e projetos interdisciplinares, e até mesmo por meio das dúvidas e conversas entre os alunos. E isso para que a educação seja usada em toda a sua dimensão, a qual é um intermédio para a formação de cidadãos críticos que conhecem o meio ambiente em que vivem e suas necessidades, gerando mudanças de hábitos e concepções a respeito do ensino e consequentemente impactando a toda comunidade escolar. Palavras-chave: palestras, visitas técnicas, mudança de hábitos. Referências BRASIL, M. E. Orientações curriculares para o ensino médio. v.2. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. MARTINS, E. D.; MOURA, A. A.; BERNARDO, A. A. O. Processo de construção do conhecimento e os desafios do ensino-aprendizagem. RPGE - Revista online de Política e Gestão Educacional. Araraquara, v. 22, p. 14, 2018. OLIVEIRA, R. I. R.; GASTAL, M. L. A. Educação formal fora da sala de aula - olhares sobre o ensino de ciências utilizando espaços não-formais. In: ENPEC - ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 7,