Este trabalho tem o objetivo de apresentar os desafios da Educação do Campo, partindo da história apresentada e construída pelos movimentos sociais, com ênfase na participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ao longo de sua trajetória vinculou a luta pela Reforma Agrária com a luta por uma educação emancipatória, que fica evidente na construção do Setor de Educação do movimento e na sua proposta pedagógica. Percebe-se que a luta pela terra não se dá de forma isolada e que há outras lutas muito importante para a construção dos sujeitos e do Movimento, dentre elas, a luta pela educação dos camponeses. Pensar a educação do campo é refletir sobre os aprendizados coletivos que educam cotidianamente as pessoas inseridas naquele meio, num contexto que trabalha com as relações econômicas, sociais e políticas, e com essa diversidade de relações se multiplica os caminhos para se falar da educação do campo. Sistematizar um modo contra hegemônico desse modelo que impõe a forma da produção do conhecimento e com isso transforma as relações de poder e de desenvolvimento de um país. A educação do campo é uma reivindicação dos movimentos sociais, para que seja implementada a política pública nas áreas rurais, e um modelo de educação feito pelos camponeses, que alia a educação a luta pela reforma agrária, por soberania alimentar e trabalho digno. Todo esse processo traz a importância da democratização do ensino, do conhecimento, que trará novas perspectivas para o campo e para os sujeitos que nele vivem e trabalham, para que eles mesmo possam modificar o ambiente em que vivem, serem protagonistas da sua própria história, entendendo que o conhecimento não advém apenas da escola ou das ciências, mas que as vivências e a realidade concreta contribuem para a formação enquanto sujeitos plurais.