O artigo tem por objetivo evidenciar a pressão da ideologia machista no processo de escolha e na determinação social do adequado. A orientação libertadora como conduto da corrente feminista é um ato revolucionário, mas, no interior do processo de afirmação do anti-repressivo, acarreta profundos abalos acerca de sua motivação. A motivação aqui referida não diz respeito aos pressupostos legitimadores da luta feminista, mas da influência microscópica do subversivo machista e na diferença entre sexos na escolha e percepção do socialmente aprovado. Pretende-se expor os mecanismos que operam a dominação do masculino e o ricochete contraposto por esta. Dessa forma, a diminuição da condição feminina, marcada pela desigualdade salarial, padrões estéticos, imposições de casamento e maternidade e toda ideologia que dita alicerces da conduta feminina baseada na visão masculina age de forma tão violenta que atinge, individual e coletivamente, a imposição da luta feminista. Por seu cunho teórico, o trabalho se utilizará de levantamento bibliográfico calcado pelo método indutivo, de forma a propor hipóteses plausíveis acerca da problemática abordada. Baseia-se nas obras O Poder Simbólico (Pierre Bordieu) e Backlash (Susan Faludi), tendo em conta que, na concepção de violência simbólica de Pierre Bordieu, a doutrina machista se impõe em discurso sutil e homogêneo, espalhando-se pelo seu reconhecimento perante os destinatários, de maneira a legitimar a estrutura falseada de suas decisões. Ademais, através da detalhada análise de Faludi é possível visualizar os desdobramentos do Backlash anti-feminista, além de seus impactos para as mulheres e a sociedade como um todo.