As mulheres negras e pobres foram vítimas constantes de repressão e violências, uma vez que a posição social e de classe em que elas estavam inseridas, as obrigavam a ter um comportamento que não condizia com o modelo ditado pelo patriarcado. A emancipação das mulheres negras sempre esteve relegada, apesar da “libertação” se viram em um estado de servidão por dívida, dedicaram sua vida às plantações no campo, à vida doméstica em trabalhos exploratórios e com péssimas condições de vida e renda. Nesse contexto percebemos o quanto o empoderamento das mulheres negras é necessário para lidar com a subalternidade que as afeta diretamente, seja nos quilombos, nas favelas, nas periferias, nas praças, estas por sua vez estão expostas ao racismo, ao machismo e sexismo de uma sociedade que ainda tem muito para desconstruir. O objetivo do nosso trabalho versa por discutir as vivências de exclusão e resistências traçadas pelas mulheres negras do sertão da Paraíba, considerando suas especificidades a partir da oralidade construída através de entrevistas nos trabalhos de campo. Consideramos que a partir da luta diária, as mulheres tem se reinventado e construído novos modos de resistência para lidar com os contextos entremeados por relações de poder em seus territórios, para esse debate destacamos a luta pela terra e o acesso as políticas públicas nos territórios quilombolas.