A educação como processo socializador se vincula profundamente a laços de normalização, classificação e diferenciação social dos sujeitos. Em sua função normalizadora, os processos educacionais não deixam de contemplar, em suas práticas curriculares, inúmeras violências cuja maioria são naturalizadas socialmente. Este artigo objetiva repensar estes processos educativos violentos numa perspectiva “transviada” e de “reconhecimento das diferenças” . Para tanto, as categorias utilizadas por Judith Butler são revisitadas com a pretensão de problematizar as atuais pedagogias heteronormativas. Performatividade de gênero, inteligibilidade, enquadramento, vulnerabilidade, precariedade, abjeção e policiamento de gênero constituem as principais ferramentas analíticas acionadas nesta revisão crítica performatizadora de uma educação na/pela/para diferença nos atuais cotidianos escolares brasileiros. O reconhecimento das categorias acima poderiam engendrar processos de desnaturalização das pedagogias violentas alavancadas pelos mais diferentes atores escolares.