Na interface entre a Antropologia e a Educação, este trabalho se propõe a discutir reflexões nascidas a partir de uma etnografia das práticas escolares (ANDRÉ, 2005), com o objetivo de compreender as experiências de jovens LGBT’s em escolas públicas da cidade de Fortaleza, bem como as relações dessa juventude com os agentes que compõem esses espaços. Ademais, a pesquisa empreendida buscou analisar se o cotidiano escolar contemplava o reconhecimento das expressões dessas sexualidades disparatadas (FOUCAULT, 1999) e fora dos padrões hegemônicos (BUTLER, 2003). A pesquisa aqui apresentada foi realizada nos meses de março a maio do ano de 2017, em Fortaleza, em escolas públicas estaduais de uma das maiores áreas periféricas da cidade, dentro de um viés qualitativo, tomando a etnografia como norte metodológico principal, com observação participante e entrevistas semi-estruturadas com os atores sociais das escolas. Os dados apontam para a invisibilidade no trato de aspectos ligados à (homo) sexualidade e constata-se a reprodução do arbitrário cultural que legitima a heterossexualidade como padrão naturalizado, deslegitimando e invisibilizando as existências que destoam da norma socialmente construída. Os jovens LGBT, assim, não se sentem reconhecidos e representados na escola, que, ao negar suas expressões, torna-se um lugar vazio de sentido para esta juventude.