A educação do campo vem conquistando espaço, nos últimos anos, nos debates e nas políticas educacionais no Brasil, por reconhecer o saber tradicional e como este é compartilhado e perpetuado entre indivíduos com a natureza. O objetivo do trabalho consistiu em conhecer os saberes e fazeres de uma comunidade tradicional de aquicultores de Bebida-Velha, no município de Pureza/RN, que praticam a aquicultura rural e familiar, bem como traçar o perfil socioeconômico da comunidade e avaliar o manejo que estes aquicultores utilizam no cultivo de camarões de água doce Macrobrachium rosenbergii. A pesquisa foi obtidas através de entrevistas semiestruturadas aplicados através de abordagem direta dos assentados de Bebida Velha praticantes da atividade de aquicultura, produtores de tilápia e camarão da comunidade. Tais entrevistas foram captadas apenas por meio da anotação das respostas. Para todos os entrevistados foi solicitada a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados coletados foram tabulados e analisados de acordo com as respostas obtidas pelos participantes. Foi possível verificar que os aquicultores rurais da comunidade de Bebida Velha, atualmente possuem a atividade aquícola como a principal, garantindo uma boa qualidade de vida e renda para eles. Constatamos que os entrevistados possuem conhecimento tradicional e local, que é o com um conjunto de práticas culturais, de habilidades práticas e de saber-fazer. Os dados coletados indicam que os produtores apresentam um conhecimento parcial sobre os aspectos ecológicos e biológicos, que hipotetizamos que este resultado da simplificação da linguagem está de acordo com moldes de folders e consultorias de instituições que motivam a formação de associações e ou cooperativas. No entanto, todos os entrevistados acreditam que a forma que cultivam causa algum impacto ao meio ambiente, mas que tentam minimizar reutilizando a água que foi do cultivo para irrigação das plantações ali existentes e praticando policultivo.