O presente artigo é o resultado de uma experiência com o ensino de língua portuguesa para alunos surdos da 2ª Série do Ensino Médio, em Escola da rede estadual do município de Natal/RN, vivenciada no Estágio Supervisionado de Formação de Professores II (LIBRAS) do Curso de Letras – Libras/Língua Portuguesa da UFRN. Tem como objetivo refletir sobre as especificidades do ensino de gramática da língua portuguesa na modalidade escrita para surdos, tomando como recorte os termos essenciais da oração: sujeito e predicado. Ao longo do estágio, foram utilizadas estratégias metodológicas afins à condição visual do aluno surdo, como imagens associadas ao conteúdo escrito, e a mediação em sala de aula foi feita respeitando a Libras como Primeira Língua (L1) dos alunos. O processo didático-pedagógico, portanto, voltou-se ao desenvolvimento da competência visual com o objetivo de favorecer práticas educativas de uso e valorização da Língua de Sinais. Ao todo, quatro alunos surdos, dois alunos estagiários da graduação (surdos), um professor supervisor e um professor orientador de estágio participaram na construção dessa experiência, que totalizou 20 horas/aula. Desse modo, este artigo dialoga com estudos teóricos de Salles (2014), sobre o ensino de português para surdos, de Lodi (2015), sobre as concepções da leitura e da escrita na educação de surdos, e de Finau (2006), sobre cultura surda, ensino e linguística. Toma como base para a conceituação dos termos essenciais da oração as gramáticas de português de autoria de Cunha (1885) e Bechara (2014). Ao final, a análise dos resultados na elaboração do relatório final de estágio permitiu uma melhor compreensão das especificidades do ensino de gramática de língua portuguesa para alunos surdos, ao mesmo tempo em que apontou para a necessidade de incluir a Libras como língua de instrução na educação desses alunos.