Este artigo é um recorte de um trabalho de conclusão do curso de Pós-Graduação – Latu Senso que apresenta um estudo de campo de caráter qualitativo acerca da violência e dos desafios da gestão escolar em lidar com esse tema que se faz cada vez mais rotineiro nas escolas. Teve como principal objetivo discutir as práticas dos gestores escolares a respeito da relação gestão escolar e violência. O estudo foi realizado em uma escola pública de Ensino Fundamental I do município de São Gonçalo/RJ. Buscamos caracterizar os conceitos de violência, analisar os comportamentos dos alunos apontados como violentos, investigar a frequência de comportamentos considerados impróprios no cotidiano da escola, mapear esses tipos de comportamentos para compreender a violência escolar e aferir a ação dos gestores frente aos comportamentos considerados violentos. Como procedimentos metodológicos, além da revisão bibliográfica, foram realizadas observações do cotidiano escolar, análise do “Livro de ocorrências do aluno” no ano letivo de 2016 e entrevistas semiestruturadas com a equipe gestora da escola. O desfecho da pesquisa nos mostra o quanto os alunos carregam a violência de fora para dentro da escola; o quanto esse mal está sendo vivenciado de forma banalizada; a relação visceral entre as incivilidades e o abandono, o desinteresse, a negligência e a desestrutura familiar e a importância em ter a família como parceira da escola para que a criança tenha um desenvolvimento integral. Constatamos que antes de adotar qualquer providência frente aos conflitos, a gestão usa o diálogo para media-los, como propõe Freire que o diálogo seja uma “exigência existencial” e que a escola tenha uma educação baseada na dialogicidade como prática da liberdade. A pesquisa também aponta alguns meios que a escola faz e/ou deveria fazer para combater a violência que tem a comunidade como seu habitat.