O presente trabalho tem o objetivo de apontar as intersecções entre a demanda da formação profissional em nível de qualificação para a iniciação profissional e a oferta de emprego pela indústria, no momento em que o avanço tecnológico efetivamente utiliza a automação das máquinas em detrimento da mão de obra operária. Os cursos de qualificação profissional oferecidos atualmente para formação do trabalhador, ainda possuem em sua essência o ensino racionalizado e, consonância à função exercida na produção industrial, e não têm como prerrogativa a formação de um trabalhador emancipado para aplicação de competências como liderança, resolução de situações-problema, ou ainda, de trabalhos que exijam alto grau de conhecimento técnico. O trabalhador qualificado terá, sobretudo, domínio específico em sua área de atuação, e terá que concorrer com o domínio da automação industrial que reduz abruptamente a força de trabalho do ambiente fabril. A mão de obra do trabalhador qualificado está ameaçada, uma vez que a Indústria 4.0, como é chamada a 4ª Revolução Industrial, tem como prerrogativa fazer a gestão do processo produtivo, utilizando tecnologias que controlam a produção remotamente. Logo, discutir essa formação é matéria necessária, uma vez que a qualificação profissional faz parte dos pressupostos da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, alterada pela Lei 11.741/08, que trata da formação profissional e tecnológica como um de seus objetivos nas dimensões do trabalho, ciência e tecnologia. Hoje, as instituições que formam esses profissionais se apoiam na Lei 10.097/2000 e 5.598/05, cujas redações tratam da formação profissional de jovens aprendizes com idade entre 14 a 24 anos; e no decreto 5.478/05, alterado pelo decreto 5.840/06 que tratam da formação profissional em nível de qualificação profissional e técnica para jovens e adultos egressos do ensino básico extemporâneo e que buscam na formação profissional uma oportunidade de retorno, ou ainda, ingresso no mercado de trabalho.