Este artigo tem como objeto de análise a educação popular presente nos movimentos estudantis na luta contra a PEC 55. Ele foi desenvolvido com o objetivo de apontar quais temas estiveram presentes nos espaços educativos de ocupações universitárias no enfrentamento a PEC 55 e compreender as relações entre Educação Popular e Movimento Estudantil. Sendo um trabalho atrelado com a perspectiva qualitativa, optamos por ferramentas metodológicas de observação direta, entrevistas semi-estruturadas e conversas informais. Estas opções se devem a nossa preocupação em dar atenção a própria fala dos sujeitos investigados, que ficou determinado que seriam estudantes de cursos aleatórios ocupantes do Campus Recife e do Centro Acadêmico do Agreste, Caruaru, da Universidade Federal de Pernambuco. Esta escolha se justifica por que eles já possuem um histórico de luta e de resistência política. No que se refere ao estudo dos fatos, ele permitiu fazer um levantamento dos seguintes resultados: entre os temas da educação popular enquanto educação que se faz em espaços não formais pode-se destacar a educação do campo, os estudos étnico/raciais, os estudos de gênero, sexualidade e educação, os estudos feministas; quanto a relação entre educação popular e movimento estudantil pode-se destacar que ela se dá através da prática cotidiana de formação política, de valorização do conhecimento das classes populares e através do empoderamento e subjetividades dos sujeitos. Assim sendo, concluímos que a luta contra o retrocesso na educação foi capaz de despertar um movimento pedagógico de formação política e de empoderamento de sujeitos marginalizados pela sociedade, e a isto se deve a união entre educação popular e movimentos estudantis.