Analisa-se as principais contribuições da sociologia da educação para as investigações sobre o sucesso escolar improvável de jovens oriundos de baixa origem social. Estes, configuram uma exceção à regra concebida por autores franceses nos anos 1970, cujas pesquisas apontaram a estreita ligação entre o prévio sucesso educacional dos ascendentes familiares e sua repercussão no sucesso escolar dos descendentes. Ao transpor tais arcabouços para o cenário brasileiro, constatou-se a necessidade de ampliar e até transpor tais abordagens teóricas de primazia objetivas para outras de ênfase subjetivas, com atenção aos aspectos microssociológicos anteriormente desprezados na teoria francesa do capital cultural. Dialoga-se com aportes fenomenológicos da Sociologia do Improvável, um viés recente na Sociologia da Educação, vislumbrando especialmente a transformações adquiridas pela noção de ethos de promoção social, nesta nova abordagem investigativa. Esta, que é uma das noções chave na teoria da reprodução, ao lado do conceito de capital cultural, revelou-nos uma flexibilização no tocante a seus aspectos originalmente concebidos, quando a referida teoria é transposta do cenário europeu para o cenário brasileiro. Resultados desta revisão de literatura apontam que a preponderância da posição social da família como elemento chave do sucesso escolar de seus descendentes, conforme concebido no cenário Francês; ao ser aplicado na realidade brasileira mostrou uma multiplicidade de arranjos micro sociais desenvolvidos por jovens ou famílias de baixa origem social que, juntamente com o cenário educacional distintos; promoveram a superação da fragilidade familiar original, no tocante ao capital cultural e ethos de promoção social, tão indispensáveis ao cenário francês, mas não tanto, no cenário brasileiro.