Objetivamos apresentar algumas considerações sobre o protagonismo dos movimentos sociais na Educação Infantil, mais especificamente no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Trata-se de um artigo, fruto das conclusões presentes no texto dissertativo que mapeou as múltiplas dimensões da constituição da educação Infantil no referido município, no período entre 1970 e 1980. Fundamentado na pesquisa qualitativa de cunho exploratório, estruturou-se a partir de métodos e técnicas que demarcaram a base de dados documental pautada em documentos oficiais e periódicos locais de circulação diária, regional. Um percurso que revelou a variedade de agentes sociais que disputavam o atendimento à infância juiz-forana, a partir do embate entre a assistência e a educação. Os movimentos sociais apareceram como protagonistas neste campo, pois foram responsáveis por aglutinar e sintetizar os diferentes discursos, numa espécie de consenso em torno do direito à educação infantil. Ampliaram as discussões, bem como as demandas por espaços públicos, no que se refere ao lazer, práticas esportivas e acesso à cultura, contrapondo-as às ações profiláticas da assistência pública. Além disso, estabeleceram interlocução direta com o poder público local, firmando parcerias em torno da implementação dos programas oficiais e a busca da resolução de conflitos gerados pela burocratização e centralização das decisões. Foram responsáveis, também, por inaugurar práticas comunitárias, por meio da criação de creches em alguns bairros da cidade.