O sistema grego propõe, com base no estudo de seu vocabulário arcaico, um modelo de constituintes do ser, no qual o homem seria um ser pluridimensional, composto de vários corpos ou camadas, de cuja harmonia dependem a espiritualidade, e a saúde. A idéia de saúde para os gregos não se restringia a compartimentos ou órgãos do corpo, e sim a todo um sistema integral constituído de camadas, interligadas, de cuja harmonia dependia a saúde do todo. Da mesma forma, o saber oriental traduzido nas tradições tântricas, mais precisamente o Tantra Yoga, propõe modelo muito similar de camadas que compõem o corpo, em uma visão integral deste, cuja saúde implica em harmonia nos envoltórios, esta, por sua vez obtida através de práticas realizadas por meio de seu instrumento maior, o corpo físico, ou anna-maya-kosha. Através de práticas que mobilizam o corpo físico, atinge-se a purificação do corpo sutil, chegando-se ao que se entende por corpo casal ou alma. Sendo assim, o Tantra Yoga e sua busca pela saúde dos corpos possui uma finalidade maior, que é a realização do indivíduo como um todo, o despertar de seu maior potencial como ser humano. Ambas as concepções de constituintes do ser --- a grega e a tântrica --- concebem o ser humano como composto de várias dimensões, dentre as quais se observa a harmonia (saúde) ou desarmonia (doença). A forma como o Tantra se propõe a harmonizar os envólucros são práticas que envolvem, inicialmente, a disciplina e construção de um corpo físico forte e equilibrado, o que leva à saúde mental, que é, nesta concepção, indissociável da harmonia espiritual do ser humano.