Resumo: Este trabalho enquadra-se nas pesquisas referentes à Formação de Professores, com a perspectiva de estudar o Exame Nacional do Ensino Médio e sua relação com a teoria do currículo e avaliação, a partir de uma proposta Pós-crítica. Criado no fim dos anos 1990 e repensado no fim dos anos 2000, o ENEM é proposto como uma forma de avaliar o ensino médio brasileiro. O que envolve tanto professores como alunos e escolas. Dentro das recentes discussões que envolvem o conhecimento holístico e a pedagogia pós-crítica, esta avaliação se compromete com a formação integral do ser, dialogando diretamente com conceitos como cidadania, democracia e direitos humanos. Dessa forma, está pautado em uma proposta de currículo abrangente, mais humanista e menos tecnicista. Nessa perspectiva, este trabalho visa investigar o percurso e a adequação do processo de formação de professores, dentro das novas propostas que dialogam educação e democracia, especialmente na Rede de Ensino de Pernambuco. O centro do Recife se tornou, a alguns anos, o reduto de explosão de escolas particulares e cursos pré-vestibulares. Numa proposta de educação bancária, geradora de decoradores de fórmulas, nomes e datas, essas instituições utilizam o Exame Nacional como forma de impulsionar suas propagandas. O estímulo à competição entre alunos, a criação de rankings e grupos especiais, movimentam a educação como mercado, e estimulam um processo excludente, lançado quase como uma espécie de "seleção natural." Um teatro de vícios e preços, que desvirtua o sentido da educação, e fere qualquer proposta inspirada numa educação inclusiva, libertadora e democrática. Utilizando uma premissa do multiculturalismo, proposto como um viés de elaboração do exame, partiremos dos estudos de Stuart Hall, dialogando com autores especialistas na perspectiva pós-crítica, para a analisar o caso do centro do Recife.