Embora, segundo Soares (1972), os livros de língua portuguesa tenham dado um salto significativo em relação à qualidade a partir da década de 70, ao analisarmos três exemplares de livros do início da presente década no que diz respeito às propostas de produção de texto, nos deparamos com atividades limitadas a solicitar a escritura de um gênero específico após a leitura de um ou dois textos que são pretexto para a atividade de escrita, evidenciando a carência de material para que o professor trabalhe essa dimensão da língua de forma eficiente. Nesse sentido, faz-se evidente a necessidade do professor repensar suas práticas pedagógicas e buscar novas metodologias de ensino. Diante disso, o presente trabalho se propõe a discutir o ensino de escrita sob a perspectiva da teoria dos gêneros textuais (MARCUSCH, 2008) a partir do resultado de experiência vivenciada em sala de aula com uma turma do sétimo ciclo da educação de jovens e adultos (EJA) de uma escola pública estadual localizada no município de Campina Grande – PB, na qual desenvolvemos uma sequência didática elaborada a partir da teoria de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), cujo foco era o gênero artigo de opinião e cujos resultados nos revelaram a eficácia de propostas de trabalho planejadas de forma sistemática em processo constante de avaliação e reflexão tanto por parte dos estudantes quanto por parte do professor.